Educação infantil obrigatória: atraso nessa etapa compromete aprendizado futuro, alerta pedagoga

O Dia Nacional da Educação Infantil, celebrado nesta segunda-feira (25), chama atenção para a importância dessa etapa obrigatória do ensino no Brasil. Para Kainara Ferreira, pedagoga do Núcleo de Desenvolvimento Infantil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a chamada primeira infância, até os seis anos de idade, é marcada por “saltos qualitativos gigantescos” no desenvolvimento humano.

“Dentro da educação infantil, é possível desenvolver as capacidades motoras de linguagem, cognitivas. Então, é uma etapa muito importante para o ser humano, ainda mais que nessa pequena idade, do zero a seis [anos], a criança vai dando saltos qualitativos gigantescos. O bebê é uma prova disso. A cada duas semanas, ele está dando um salto de uma aprendizagem de algo que ele não fazia há duas semanas”, explica, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, destacando que habilidades como engatinhar, colocar-se de pé, desfraldar e introdução alimentar fazem parte do aprendizado nessa fase.

A especialista alerta que pular ou atrasar o ingresso na educação infantil pode prejudicar o desenvolvimento de capacidades essenciais. “Um vocabulário que vai ser mais curto, porque a escola vai introduzindo mais e mais palavras, através da contação de histórias, da organização de eras, onde a criança vai desenvolver a imaginação. A ausência, também, ou tardar de algumas capacidades motoras, algumas capacidades específicas, como, por exemplo, o pensamento matemático”, exemplifica.

Em 2024, o Brasil registrou 4,187 milhões de matrículas em creches, o que representa cerca de 39% das crianças de 0 a 3 anos, segundo dados do Censo Escolar 2024. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) era atender 50% dessa faixa etária até 2024. Na pré-escola, entre 4 a 5 anos, foram registradas 5,304 milhões de matrículas, atingindo por volta de 93% das crianças nessa faixa etária, conforme o mesmo levantamento. A meta do PNE é a universalização do acesso a essa etapa, ou seja, 100% de cobertura.

Escola e família

Segundo a pedagoga, a percepção da sociedade sobre o que é educar ainda é limitada. “Quando o adulto fala que é importante respeitar os adultos, talvez ele não saiba totalmente a importância do jogo, da brincadeira. Cabe também às professoras e à equipe pedagógica de uma escola explicar aos pais qual que é esse papel, porque a criança não está no mundo só para obedecer. Estamos num jogo, nós, seres humanos, de respeito um com o outro”, defende.

Ferreira reforça que a escola não substitui a família, mas complementa sua função. “É importante saber que a família cuida e educa, e a escola educa e cuida. As duas vão ter que, nessa etapa, andar lado a lado. E é importante que a família e a escola tenham uma boa relação porque é realmente muito importante essa etapa. Às vezes, a criança vai passar das oito horas que pode passar em uma escola, depois vai passar o restante do dia com a família. É uma quantidade de horas diária muito importante, então essa relação de escola e família precisa ser bem estabelecida”, diz.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

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