Justiça mantém presos suspeitos da morte da menina Alice na Serra

Suspeitos da morte da menina Alice vão ficar presos
Montagem: Cidade Alerta

A Justiça do Espírito Santo converteu em preventiva as prisões dos seis investigados pelo assassinato da menina Alice Rodrigues, de 6 anos, morta a tiros no último domingo (24), em Balneário de Carapebus, na Serra. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (27), durante audiência de custódia realizada no Fórum de Cariacica.

Passaram pela análise da Justiça: Pedro Henrique dos Santos Neves, Izaque de Oliveira Moreira, Arthur Folli Rocha, Maik Rodrigues Furtado, Marlon Furtado Castro e a advogada Marina de Paula dos Santos.

Na decisão, a juíza Raquel de Almeida Valinho considerou que a prisão em flagrante não apresentou irregularidades e que há indícios suficientes de autoria e materialidade. Para ela, a conduta dos suspeitos é “temerária” e a liberdade deles representa risco à ordem pública, às vítimas e às testemunhas.

A manutenção da liberdade dos autuados revela-se, por ora, temerária (…), sendo claro que a liberdade dos indiciados coloca em risco a ordem pública e a instrução processual.”

Raquel de Almeida Valinho, juíza

A juíza também determinou que a advogada Marina de Paula seja mantida em local compatível com a lei para profissionais da advocacia, como sala de Estado Maior, até decisão posterior.

O que diz a defesa?

As defesas apresentaram pedidos de relaxamento das prisões, alegando irregularidades como suposta invasão de domicílio sem mandado judicial e denúncias de agressões durante a abordagem.

No entanto, os pedidos foram negados pela Justiça, que entendeu haver “fundada suspeita e estado flagrancial suficiente” para as detenções.

A entrada na residência dela ocorreu sem qualquer ordem judicial. Eles estão alegando que a situação seria flagrancial, mas essa justificativa não existe. Além disso, afirmam que ela estaria praticando esse crime porque foram encontradas algumas munições, possivelmente do calibre utilizado no disparo que atingiu a menina. No entanto, não houve nenhuma confirmação sobre isso.”

Jefferson Sudré da Silva, advogado de Marina 

A Defensoria Pública ainda solicitou que as denúncias de agressões fossem encaminhadas às corregedorias da Polícia Civil e da Polícia Militar, além do Núcleo de Direitos Humanos da própria Defensoria, pedido que foi acatado pela magistrada.

Veja o vídeo da abordagem policial:

Relembre o caso

Alice foi atingida na cabeça dentro do carro da família quando criminosos armados confundiram o veículo com o de integrantes de uma facção rival. O ataque ocorreu em uma região marcada por disputas entre grupos ligados ao tráfico de drogas.

Além da menina, que morreu após ser baleada na cabeça, o pai foi atingido de raspão e a mãe, grávida, ficou ferida com estilhaços de vidro.

Investigação

Segundo a Polícia Civil, as apurações apontam que Marlon Furtado Castro e Marina de Paula teriam papel central no planejamento do crime e ligação direta com o tráfico. No imóvel onde viviam, foram apreendidas munições, embalagens de drogas e uma caderneta com anotações sobre movimentações do tráfico.

A defesa de Marina, no entanto, sustenta que ela não tinha conhecimento dos atos ilícitos do companheiro.

*Com informações da repórter Luciana Leicht, da TV Vitória/Record

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