“Quero trazer meu filho perfeito para casa”, diz mãe de bebê que teve o pé queimado

José teve o pé esquerdo queimado (Foto: Reprodução/Instagram)
José teve o pé esquerdo queimado (Foto: Reprodução/Instagram)

Sara Peisino, mãe do pequeno José, o recém-nascido que teve o pé esquerdo queimado logo após o parto no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, atualizou o estado de saúde do filho nesta quarta-feira (27).

Pelas redes sociais, ela informou que ainda não há confirmação se os tendões do bebê foram atingidos, uma vez que esses tecidos ficam em camadas mais profundas. No entanto, mesmo diante da dor, Sara se mantém esperançosa e com fé na recuperação total do filho.

Deus me deu meu filho perfeito. Eu quero trazer meu filho perfeito para casa. Demore o tempo que for, eu tenho fé que vai dar tudo certo no final, em nome de Jesus.

Sara Peisino, mãe do pequeno José

Emocionada, ela agradeceu o apoio e as orações que José tem recebido. Segundo Sara, essa rede de solidariedade tem sido essencial para manter a esperança e a força em meio ao delicado momento vivido pela família.

Sou muito grata pelo carinho que vocês estão tendo com o meu filho, com a nossa família e muito grata pelas orações também. Toda vez que encontro uma mamãe e ela fala que está orando pelo José, faz toda a diferença“, diz Sara.

Bebê segue internado na Utin

Na última sexta-feira (23), o bebê passou por um procedimento de debridamento, que consiste na retirada de tecidos necrosados. Já na segunda-feira (25), a expectativa era de que José passasse por nova cirurgia, mas os médicos optaram por não realizar o procedimento, trocando apenas o curativo.

De acordo com a mãe, os profissionais de saúde explicaram que a pressa pode ser prejudicial ao processo de cicatrização, e que é necessário observar como o corpo do bebê vai reagir antes de seguir com novas intervenções.

O médico me explicou que, no caso do José, a pressa pode acabar atrapalhando. Eles fizeram um curativo para ver como o corpo dele vai reagir. Pode ser que a lesão piore ou que a pele comece a se regenerar.

Sara Peisino

Nesta quarta-feira (27), José foi novamente ao centro cirúrgico, mas mais uma vez foi realizada apenas a troca do curativo. A boa notícia é que ele está estável e reagindo dentro do esperado, segundo os médicos. Ele permanece sedado, internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), e ainda sem previsão de alta.

Me falaram que ele ainda está com um pouquinho de pele necrosada no dedinho e na lateral do pé, mas eles vão acompanhando para ver qual procedimento será melhor.

Sara Peisino

Relembre o caso

José nasceu no dia 19 de agosto no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra. Por estar com a temperatura corporal um pouco abaixo do ideal (36,2ºC), foi colocado em uma incubadora.

Segundo a família, uma enfermeira teria utilizado algodão de forma irregular, aquecendo-o em uma lâmina da incubadora antes de colocá-lo dentro da meia do bebê. O procedimento provocou queimaduras graves no pé esquerdo do recém-nascido.

O bebê foi transferido para o Hospital Infantil, em Vitória, passou por procedimentos e segue internado na Utin sem previsão de alta.

Investigações em andamento

O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informou que está apurando a conduta da profissional envolvida, uma vez que não existe qualquer protocolo que recomende o uso de algodão para aquecer recém-nascidos.

O Hospital Jayme Santos Neves abriu um processo interno para investigar o caso, lamentou o ocorrido e informou que está colaborando com as autoridades. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) determinou o afastamento dos profissionais envolvidos e instaurou uma auditoria que deverá ser concluída em até 30 dias.

Além disso, o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) também abriu procedimento investigativo e notificou o hospital, além dos conselhos de Medicina e Enfermagem.

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