O ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica morreu nesta terça-feira (13) aos 89 anos. Ele estava em fase “terminal” devido a um câncer no esôfago e recebia cuidados paliativos para evitar a dor.
A morte foi confirmada pelo presidente uruguaio, Yamandú Orsi, via redes sociais.
“É com profundo pesar que anunciamos o falecimento do nosso camarada Pepe Mujica. Presidente, ativista, referência e líder. Sentiremos muito a sua falta, querido velho. Obrigado por tudo o que nos deu e pelo seu profundo amor pelo seu povo”, escreveu Orsi.
Em janeiro, o ex-presidente revelou que o câncer havia se espalhado pelo corpo e que não se submeteria a mais tratamentos por conta da idade avançada.
Ao confirmar a fase terminal do câncer, a mulher de Mujica e ex-vice-presidente, Lucía Topolansky, explicou que estava sendo feito o que era necessário para ele viver a última parte de sua vida “da melhor maneira possível”.
“Pepe” Mujica
O estilo de vida do ex-chefe do Executivo uruguaio lhe rendeu o apelido de “presidente mais pobre do mundo”. Apesar de negar a afirmação, Mujica se tornou um emblema da esquerda latino-americana.
Presidente do Uruguai entre 2010 e 2015, ele ascendeu à política após anos de atuação na guerrilha armada Tupamaros.
Pepe Mujica chegou a ser preso durante a ditadura militar uruguaia e, já no fim da vida, condenou os regimes ditatoriais de esquerda de Nicolás Maduro na Venezuela e Daniel Ortega na Nicarágua.
O ex-presidente nasceu José Alberto Mujica Cordano em 20 de maio de 1935, em Paso de La Arena, bairro de Montevidéu. Filho de Demétrio Mujica Terra e Lucy Cordano, de ascendência basca e italiana, respectivamente, ele cresceu em uma família humilde juntamente com uma irmã.
O câncer
No dia 9 de janeiro, José Pepe Mujica disse em entrevista concedida ao jornal uruguaio Búsqueda que “estava morrendo”. Foi nesta ocasião que ele anunciou que o câncer não tinha tratamento.
“O que estou pedindo é que me deixem em paz. Não me peçam mais entrevistas nem nada. Meu tempo acabou. Sinceramente, estou morrendo. E um guerreiro tem o direito de descansar”, afirmou.
O câncer no esôfago foi descoberto em abril de 2024.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
