O CEO da Qlik, Mike Capone, abriu nesta terça-feira, 14, Qlik Connect 2025, em Orlando (EUA) evento anual da empresa que reúne cerca de 2 mil clientes, parceiros e especialistas em dados e inteligência artificial (IA), discorrendo sobre os desafios da adoção da tecnologia pelas empresas.
“Isso simplesmente não é suficiente”, afirmou, referindo-se à tendência de muitas empresas de declararem intenções em torno da IA sem colocá-las verdadeiramente em prática. “O desafio não é ter uma estratégia de IA. O desafio real é ativá-la. A missão da Qlik é transformar estratégia em execução com confiança e escala”.
Capone destacou que, apesar de 89% das empresas já terem incluído IA em suas estratégias, apenas 26% estão implementando essas soluções em escala. “Isso é uma lacuna gigantesca. É trágico. Gastar dinheiro sem execução não adianta de nada”, afirmou. Para ele, os líderes bem-sucedidos são aqueles que trabalham com seus dados, onde quer que eles estejam, e incorporam a IA de forma confiável e consistente em seus processos de negócio.
A incerteza como nova norma
Durante a fala, Capone abordou o atual cenário global de instabilidade econômica e política — com destaque para a volatilidade nas tarifas comerciais entre EUA e China, que, segundo ele, “mudam da noite para o dia”. Segundo o executivo, essa realidade acelerou a necessidade da IA. “Ela não é mais opcional. É absolutamente essencial para navegar em um mundo de incertezas”, declarou.
Um dos principais pontos do discurso foi a diferença entre promessa e prática. Capone fez questão de se distanciar da “corrida pelos modelos”, afirmando que o foco não deveria estar apenas em qual modelo de linguagem é melhor, mas sim em como usar os dados de forma confiável e impactante.
“A Qlik não entrega hype, entrega resultados. E vocês vão ouvir isso dos nossos clientes — de bancos como o Truist, de gigantes como a Lenovo, do setor público com o Royal Mail, até ONGs como Zestarly e Medair. Todos usando IA para tomar decisões mais inteligentes, mais rápidas e com resultados reais.”
Inovações: IA Agentica e Open Lakehouse
Capone também anunciou dois lançamentos da Qlik que prometem acelerar a adoção prática da IA nas organizações:
Nova experiência de IA Agentica: agentes de IA integrados em toda a plataforma Qlik, com atuação automatizada do dado à decisão. “Não é uma aplicação isolada no CRM. É IA em todos os seus dados, com insights proativos, recomendações e execução inteligente”, disse.
Qlik Open Lakehouse: uma fundação de dados em tempo real, com ingestão de alto volume otimizada por Iceberg, que permite escalar IA com controle de custos. “Os clientes nos disseram: IA está ficando cara demais. Criamos uma solução que entrega velocidade, escala e economia”, afirmou Capone.
Encerrando sua apresentação, Capone destacou os três diferenciais que, segundo ele, colocam a Qlik à frente na nova era da IA:
Confiança nos dados – “Você não pode agir rápido se não confia nos seus dados. Com Qlik Talend Cloud, governança já vem embutida.”
Desempenho com custo eficiente – “O nosso motor associativo em memória ainda é o segredo para IA rápida por design.”
Naturalidade no uso – “IA deve funcionar como uma conversa. Com Qlik, ela é acessível, intuitiva e acionável.”
Capone enfatizou que “a Qlik é a única empresa líder nos três quadrantes magicos: integração de dados, qualidade de dados e analytics com IA. Isso mostra que fazemos dados de forma diferente — e melhor.”
Claudiney Santos viajou a Orlando a convite da empresa.