ES 500: um marco para celebrar, um plano para avançar

Saber onde se quer chegar é o primeiro passo para iniciar uma jornada. O plano ES 500 Anos, apresentado na semana passada, é como se fosse um mapa.

Entre os objetivos primordiais estão: colocar o Espírito Santo entre os cinco estados mais produtivos, competitivos e seguros do país; reduzir a taxa de pobreza a menos de 10% e o déficit habitacional em 30%; a maioria das escolas, 55%, deve ofertar ensino integral, e 7 em cada dez capixabas adultos devem ter concluído pelo menos o ensino médio.

O planejamento é para os próximos 10 anos e envolveu governo, setor produtivo, sociedade civil e academia. Em um país habituado à descontinuidade de políticas públicas, onde o horizonte se limita, muitas vezes, ao próximo pleito, a ousadia de pensar um Espírito Santo para daqui a 10 anos merece aplausos.

O fato do projeto ter sido lançado no Cais das Artes é simbólico. O espaço foi idealizado pela gestão anterior, que não concluiu, mas que tem agora um encontro marcado com sua inauguração.

Ao romper a miopia do curto prazo, o plano força a superação de barreiras ideológicas e partidárias, exigindo um consenso mínimo sobre o futuro que se deseja construir. Não se trata de engessar o desenvolvimento, mas de estabelecer eixos estratégicos e princípios inegociáveis que guiarão as ações dos próximos anos, independentemente do partido no poder.

É claro que a estrada é repleta de desafios. A complexidade de colocar em prática o planejamento demanda flexibilidade, mecanismos de revisão e, sobretudo, a participação ativa da sociedade civil.

Plano ES 500 Anos

O plano não pode ser um documento de gabinete, imune às transformações sociais, econômicas e tecnológicas que, inevitavelmente, ocorrerão. Pelo contrário, sua força residirá na capacidade de adaptação e na legitimidade construída a partir do engajamento de diversos setores.

A primeira conquista do ES 500 Anos, independentemente de seus resultados imediatos, está na própria iniciativa. É um convite para que outras unidades da federação, e até mesmo a União, olhem para o futuro com a mesma coragem e responsabilidade.
Já é passada a hora do país deixar o improviso de lado.

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