
No campo técnico, na terça governo vai baixar decreto regulamentando Lei da Reciprocidade e preparar reuniões com empresários. O presidente Lula voltou a usar boné com a inscrição ‘O Brasil é dos Brasileiros’
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O governo Lula seguirá nesta semana nos campos político e técnico sua estratégia de atuar contra o tarifaço de 50% a produtos brasileiros vendidos para os Estados Unidos.
No campo político, o governo vai intensificar o discurso nas redes sociais e nas entrevistas de Lula em defesa da soberania nacional para fragilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu grupo.
Pela primeira vez desde o início do ano, o governo está liderando o debate nas redes sociais com dois temas: o da justiça tributária e da união do país contra o ataque de Donald Trump, em associação com Bolsonaro, aos interesses do país e dos brasileiros.
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No campo técnico, o governo vai regulamentar a Lei da Reciprocidade Econômica para ser usada caso as tarifas de 50% sejam mantidas.
Além disso, reuniões com empresários serão realizadas para definir uma estratégia de negociação com o governo de Donald Trump, com a criação de um comitê integrado pelo governo e setor empresarial.
Enquanto isso, a pressa demonstrada por bolsonaristas para que a pressão de Trump tenha o efeito desejado — de evitar que Bolsonaro e seus ex-assessores sejam condenados — está diretamente ligada ao ritmo do julgamento da ação penal.
O chamado “núcleo crucial” da trama golpista, que reúne o ex-presidente e equipe, pode ser julgado em breve, até setembro.
Por isso, os bolsonaristas insistem que a única forma de o país ser “perdoado” por Trump é a aprovação de uma anistia ampla, geral e irrestrita para os golpistas. Só que, antes do recesso parlamentar, não há tempo viável.
Nem clima: avaliação dentro do Legislativo é que aprovar anistia para ceder a uma chantagem de Trump seria o mesmo que o país perder sua soberania.
No STF, o processo segue seus passos normais. A Procuradoria Geral da República (PGR) entrega nesta segunda as alegações finais contra o núcleo crucial, o acusado de planejar o golpe para evitar a posse de Lula.
Enquanto isso, a Primeira Turma começará a interrogar os réus dos núcleos 3 e 4, responsáveis, segundo a PGR, de colocar em prática o plano elaborado pelo núcleo crucial.