Apenas 2% das empresas estão preparadas para escalar IA com segurança, revela estudo

O estudo da F5 “State of AI Application Strategy 2025” identificou que apenas 2% das empresas estão preparadas em alto nível para implementar IA de forma escalável e segura em seus ambientes. Cerca de 77% estão em um estágio de preparação moderado, mas ainda enfrentam barreiras operacionais e de segurança. As demais se encontram em níveis iniciais, com limitações estruturais que reduzem o impacto estratégico da tecnologia.

O levantamento ouviu 650 líderes de TI e segurança cibernética em todo o mundo, incluindo o Brasil, além de 150 estrategistas de IA atuando em empresas com receita anual superior a US$ 200 milhões.

Em média, 25% das aplicações corporativas já utilizam IA, com variações conforme o grau de maturidade da organização. Entre aquelas mais preparadas, o uso da tecnologia é mais distribuído e integrado. Já as menos maduras concentram o uso em ambientes isolados ou experimentais.

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O estudo também aponta que 71% das empresas utilizam IA para reforçar a segurança cibernética, embora apenas 31% tenham implementado firewalls específicos para IA. A governança de dados é outro ponto crítico: apenas 24% realizam rotulagem contínua de dados, o que compromete a rastreabilidade e eleva o risco de ataques.

Outro desafio identificado é a inconsistência entre ambientes multicloud e híbridos, que cria lacunas de proteção e exposição a vulnerabilidades. O uso simultâneo de modelos pagos e de código aberto, como GPT-4, Llama (Meta), Mistral AI e Gemma (Google), aumenta a complexidade sem garantias de controle efetivo.

A F5 introduziu no estudo um Índice de Preparação para IA, baseado em seis dimensões de maturidade operacional, incluindo segurança, alinhamento de infraestrutura, uso de modelos diversos e integração em fluxos de trabalho. O índice serve como ferramenta de diagnóstico para CIOs e CISOs, ajudando a mapear lacunas e definir estratégias para ampliar o uso da IA com controle e governança.

“O relatório mostra que a experimentação já está em curso, mas a ausência de políticas específicas, estruturas de proteção e padronização limita o avanço”, afirma John Maddison, diretor de produtos e marketing corporativo da F5. “Sem medidas práticas, o uso da IA pode aumentar a exposição a ameaças.”

As recomendações da F5 para melhorar a escalabilidade da IA incluem:

  • Adoção combinada de modelos pagos e abertos com regras de governança específicas;
  • Integração da IA nos processos de análise, segurança e operação;
  • Implementação de controles de segurança voltados à IA, como firewalls e rotulagem de dados;
  • Monitoramento contínuo dos riscos e reavaliação periódica do índice de preparação.

A análise reforça que a maturidade organizacional em IA não depende apenas de adoção tecnológica, mas também de estruturas de governança, interoperabilidade e segurança alinhadas à estratégia do negócio.

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