Tornado ou redemoinho? Fenômeno chama a atenção de moradores na Serra

Foto: Reprodução/Redes sociais

Uma formação de ventos e nuvens impressionou moradores de Jacaraípe, na Serra, no último sábado (30). O formato das nuvens chamou a atenção das pessoas, que filmaram e disseminaram as imagens em grupos de mensagens e redes sociais.

Os vídeos mostram inclusive a formação da nuvem sobre o mar, fazendo alguns moradores acreditarem que se tratava de um redemoinho.

No entanto, o fenômeno não era nem um tornado, nem um redemoinho. Segundo as autoridades, as imagens mostram nuvens funil. Ainda assim, de acordo com os órgãos, as formações podem apresentar riscos.

Veja as imagens:

O que é uma nuvem funil?

O Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) explica que as nuvens funil se formam a partir de nuvens de tempestade, especialmente a cumulonimbus.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) explicou que o fenômeno se forma pela rápida variação do vento na horizontal ou com a altitude.

A nuvem funil recebe esse nome por conta dos movimentos giratórios dos ventos em seu interior, que a deixam no formato de um funil, que se estende da base da nuvem até a superfície.

A nuvem funil pode formar um tornado?

Sim, a depender da intensidade e da proximidade com o solo, uma nuvem funil pode formar um tornado. Porém, esse não era o caso das nuvens vistas em Jacaraípe.

De acordo com o Inmet, os fenômenos são semelhantes, mas se diferenciam por conta da intensidade. As nuvens de sábado (30) não estavam associadas a nuvem de tempestade de grande desenvolvimento.

O Incaper observa que, no caso de Jacaraípe, as formações perderam sua configuração após poucos minutos e não chegaram a tocar o solo, portanto não chegaram a ser um tornado. O Climatempo reforçou que, para ser um tornado, é necessário que haja contato com o solo.

Enquanto as nuvens funil ocorrem apenas no ar e se desconfiguram em pouco tempo, os tornados ocorrem quando essas nuvens tocam o solo e geram ventos intensos, que podem ultrapassar os 100 km/h, com potencial destrutivo.

A nuvem funil pode gerar um redemoinho?

Os vídeos mostram que uma das nuvens funil se formou sobre o mar, entrando em contato com a água. Porém, isso não configura um redemoinho. O fenômeno é chamado de “tromba d’água”.

O Inmet afirmou que o processo é sinônimo de um tornado que se forma sobre a água, comumente observado em lagos, lagoas e sobre o oceano. O instituto destacou que o fenômeno é de pequena escala, geralmente tendo tamanho menor de 1 km na horizontal e podendo causar ventos de até 116 Km/h, que configura escala F0 na classificação de tornados.

No caso de Jacaraípe, segundo o Climatempo, houve má formação e a tromba d’água foi fraca, se desfazendo rapidamente.

A nuvem funil é perigosa?

O fenômeno pode, sim, apresentar riscos à população, mesmo que com potencial bem menos agressivo que o de um tornado.

Segundo o Incaper, a nuvem funil pode estar associada a ventos fortes e vendavais, podendo provocar a queda de galhos, destelhamentos ou o desprendimento de estruturas frágeis.

O Inmet também ressalta que as formações apresentam perigo a pequenas embarcações e, nas praias, pode arrancar guarda-sóis, cadeiras, tendas e estes atingirem pessoas, janelas, ou mesmo a rede elétrica.

A orientação é para que a população não se aproxime de formações desse tipo para evitar riscos.

O fenômeno é comum no Espírito Santo?

O Incaper informou que a formação de nuvens funil é comum no Estado, especialmente durante a estação chuvosa, pois a atmosfera fica mais instável.

O instituto ressaltou que, normalmente, o fenômeno chama mais atenção pelo aspecto visual que propriamente pelo risco, assim como o ocorrido neste sábado (30).

*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos

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