
A Terra está em constante movimento, e esse dinamismo vai muito além dos terremotos ou erupções vulcânicas. As massas de água que parecem estáveis também participam de um processo silencioso que molda o planeta. Recentemente, pesquisadores trouxeram à tona um fenômeno impressionante: enquanto um dos maiores oceanos do mundo diminui de tamanho a cada ano, outro cresce, alterando lentamente a geografia terrestre.
O Pacífico em retração
O oceano Pacífico ocupa uma área superior a 168 milhões de km² e sempre foi considerado o gigante entre os mares. No entanto, cientistas da Universidade de Southampton identificaram que ele está se reduzindo cerca de 4 centímetros por ano. Esse encolhimento tem origem em processos que começaram há milhões de anos, com a fragmentação do supercontinente Pangeia.
O desaparecimento de antigas placas tectônicas, como a de Farallón e Izanagi, deu origem a sistemas de subducção que empurram os continentes em direção uns aos outros. Essa movimentação é lenta, mas contínua, e sugere que América e Ásia podem se aproximar em um futuro distante. Apesar de sua vastidão, com profundidades médias que ultrapassam 4.000 metros e relevância climática em fenômenos como El Niño e La Niña, o Pacífico segue um caminho de transformação inevitável.
O Atlântico em expansão
Enquanto o Pacífico perde espaço, o oceano Atlântico está em processo de crescimento. No fundo desse mar, uma cadeia montanhosa submersa chamada dorsal mesoatlântica funciona como um motor que empurra as placas tectônicas para lados opostos. Com isso, Europa e América se afastam aproximadamente 4 centímetros por ano.
Esse movimento acontece porque as placas mais pesadas mergulham lentamente no manto terrestre, puxando o restante da crosta e abrindo espaço para que o magma suba e forme nova crosta oceânica. O Atlântico, já conhecido por ser o mais salgado do planeta e o segundo maior em extensão, ganha assim importância crescente no futuro desenho do planeta.
Investigação nas profundezas
Para entender melhor esse processo, os cientistas instalaram 39 sismômetros no fundo do mar. O estudo revelou que a atividade responsável pela expansão e retração oceânica ocorre a cerca de 600 km de profundidade, bem mais fundo do que se acreditava anteriormente.
Kate Rychert, pesquisadora envolvida no projeto, destacou: “Foi um achado completamente inesperado cujas conclusões têm muitas implicações para nossa compreensão sobre a evolução do planeta”.
Esse resultado, publicado na revista Nature, amplia a visão sobre a tectônica de placas e levanta novas perguntas sobre o impacto dessas mudanças no clima e na própria habitabilidade da Terra.
O que parece imutável à superfície esconde, na verdade, um ciclo contínuo de transformação. Oceanos crescem e encolhem, continentes se afastam ou se aproximam, e o planeta segue escrevendo sua história em um ritmo imperceptível para os olhos humanos, mas fundamental na escala do tempo geológico.
Esse O mapa da Terra vai mudar: o maior oceano do planeta está encolhendo enquanto outro cresce em silêncio foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.