
Trama golpista: Os episódios que levaram o julgamento de Bolsonaro
A imprensa internacional está repercutindo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça-feira (2). O caso será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que julga a tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022.
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Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, será julgado junto a outros sete réus, apontados como os principais integrantes da suposta organização que tentou aplicar o golpe. A sentença deve sair até o dia 12 de setembro.
A imprensa internacional tem feito um retrospecto da situação de Bolsonaro e relembrou a tentativa de interferência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no processo. Além disso, as atuações do ministro Alexandre de Moraes e do próprio STF também foram questionadas.
O New York Times descreveu a forma como Bolsonaro arquitetou em nove semanas, entre a derrota nas eleições e o 8 de janeiro, um plano de golpe de estado com assassinato de Lula, e que “há um vasto conjunto de provas” contra o ex-presidente.
O Washington Post disse que, com o julgamento, o Brasil enfrenta Trump e seu passado autoritário.
O The Guardian entrevistou o trompetista que viralizou ao tocar “Bella Ciao” em algumas ocasiões durante audiências do Bolsonaro.
A Economist chamou Bolsonaro de “Trump dos trópicos”.
Confira mais detalhes abaixo.
The New York Times
Reportagem do jornal ‘The New York Times’, dos Estados Unidos, sobre o início do julgamento de Bolsonaro.
Reprodução
O New York Times fez uma linha do tempo para descrever o planejamento e tentativa de execução do plano de golpe de estado por Bolsonaro e seus aliados, que chamou de “solução sinistra”.
O jornal americano disse que revisou dezenas de horas de depoimentos e centenas de páginas de documentos relacionados ao caso para contar a história, que ao que tudo indica terminará com uma condenação do ex-presidente.
O New York Times descreveu o plano de Bolsonaro como uma linha de ação: primeiro, descreditar o resultado, chamando a eleição de fraude, depois, colocar em execução planos para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, e depois ir aos Estados Unidos enquanto seus apoiadores invadiam os prédios dos três poderes.
Antes, o jornal americano já havia destacado que o Brasil está fazendo algo que os EUA não conseguiram: levar um ex-presidente a julgamento por tentar se manter no poder após perder uma eleição.
The Guardian
Reportagem do jornal ‘The Guardian’, do Reino Unido, sobre o início do julgamento de Bolsonaro.
Reprodução
O britânico The Guardian entrevistou o trompetista que viralizou ao tocar “Bella Ciao” em algumas ocasiões durante audiências do Bolsonaro.
The Economist
Reportagem da Economist fala sobre julgamento de Bolsonaro
Reprodução
A Economist chamou Bolsonaro de “Trump dos trópicos”, e publicou diversas reportagens sobre o julgamento de Jair Bolsonaro. A mais recente classifica a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 como “esquisita e bárbara”, descrevendo o clima de festa nos acampamentos em frente ao quartel de Brasília.
“Na primeira semana de janeiro de 2023, centenas de barracas [estavam] dispostas desordenadamente do lado de fora do prédio. Estaria acontecendo algum tipo de festival? O acampamento estava repleto de barracas servindo cerveja, costelas grelhadas e tigelas de arroz com carne salgada, conhecido como arroz carreteiro.”
Em sua reportagem de capa da semana anterior, a revista afirmou que o Brasil dá uma lição de democracia aos Estados Unidos, ao comparar o caso à tentativa de Donald Trump de se manter no poder após a derrota em 2020.
“Os dois países parecem estar trocando de lugar. Os EUA estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários”, diz a reportagem. “Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o próprio país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia.”
Em outro texto, a revista descreveu o julgamento como um marco histórico, afirmando que esta será a primeira vez que o Brasil levará um ex-presidente a julgamento por tramar um golpe. A reportagem também citou a tentativa de Trump de intervir com tarifas, sanções e cancelamento de vistos.
Segundo a publicação, Eduardo Bolsonaro se mudou para os EUA para fazer lobby junto a aliados do presidente americano contra Alexandre de Moraes. Para a revista, as pressões externas não funcionaram e acabaram impulsionando a aprovação de Lula.
A Economist também discutiu o papel do STF, apontando o debate sobre se a corte está apenas defendendo a democracia ou interferindo em excesso na política.
Infográfico mostra o calendário de julgamento da tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder
Arte/g1
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