A economia dos Estados Unidos contraiu nos primeiros três meses deste ano, contrariando as expectativas dos analistas no início do segundo mandato de Donald Trump.
O Produto Interno Bruto da maior economia do mundo caiu 0,3% em taxa anualizada no primeiro trimestre, após aumentar 2,4% nos últimos três meses de 2024, de acordo com uma estimativa do Departamento do Comércio dos EUA. Já a inflação caiu em março a 2,3% na comparação anual, em linha com as expectativas dos analistas, segundo o índice PCE oficial publicado nesta quarta-feira (30), em parte graças à redução dos preços da energia.
A taxa foi ligeiramente superior à média das previsões dos economistas consultados pelo Dow Jones Newswires e pelo The Wall Street Journal, que esperavam 2,2%. O Departamento do Comércio revisou o PCE interanual de fevereiro a 2,7%. Em relação a fevereiro, a redução do PCE, o índice preferido do Banco Central estadunidense, foi de menos de 0,1%, segundo o departamento.
O ritmo do aumento dos preços arrefeceu antes que o grosso das tarifas anunciadas por Trump entrem em vigor. Um freio provocado principalmente pela redução do preço do gás e de petróleo devido às crescentes dúvidas sobre a saúde da economia mundial.
Sheinbaum comemora
As novas medidas que aliviam as tarifas sobre a indústria automotiva anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são um “avanço” para o México, disse a presidenta Claudia Sheinbaum nesta quarta-feira (30). O México é um dos países mais vulneráveis às tarifas de Trump, pois 80% de suas exportações vão para os Estados Unidos, seu maior parceiro comercial.
O setor automotivo é de importância vital para o país, que abriga várias fábricas das principais montadoras do mundo, como a Ford e a General Motors, e é um grande fornecedor de autopeças. Na terça-feira, Trump assinou uma ordem executiva limitando o impacto das tarifas sobre esse setor. Com as mudanças, a tarifa de 25% sobre um veículo importado não será adicionada aos 25% aplicados ao aço ou ao alumínio.
O governo estadunidense também concedeu ao setor um período de carência de dois anos para transferir as cadeias de suprimentos para os Estados Unidos. Sheinbaum disse que essas condições são melhores do que as de março e representam um “reconhecimento do valor do acordo comercial entre México, EUA e Canadá”.
A presidenta reconheceu que seu governo não concorda com a política tarifária de Trump, mas disse que, em comparação com o resto do mundo, o México tem “vantagens competitivas”.
“Ainda temos um caminho a percorrer, mas estamos otimistas e continuamos o diálogo”, disse ela.
Nesta quarta-feira, o Instituto Nacional de Estatística (Inegi) informou que a economia mexicana, a segunda maior da América Latina depois do Brasil, avançou 0,6% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre. Entretanto, as atividades industriais, que incluem as exportações de produtos manufaturados, caíram 1,4% em relação ao ano anterior.
*Com AFP