
Após o anúncio da federação entre PP e União Brasil – que vai criar a maior bancada na Câmara Federal – o PSDB e o Podemos também dão passos largos para concretizar a fusão entre as duas legendas.
Ontem (29), a Executiva Nacional do PSDB deu o aval para a fusão e convocou uma convenção partidária nacional (para o dia 5 de junho) para bater o martelo com todo o ninho tucano.
O Podemos também precisa ratificar a decisão – já alinhada na cúpula – em convenção com todo o partido, mas, nos bastidores, já estaria tudo encaminhado também para aprovar a junção com o PSDB. A previsão é que o evento também seja no início de junho.
Diferentemente da federação – que é uma espécie de coligação mais forte, uma união que dura no mínimo quatro anos e os partidos podem se separar depois –, na fusão, os partidos envolvidos se unem definitivamente para formar uma nova e única sigla.
Na fusão, as legendas deixam de existir individualmente e passam a adotar um novo estatuto, diretório, CNPJ, nome e número que contemplem os partidos unificados. O União Brasil, por exemplo, nasceu da fusão entre DEM e PSL. Agora, o União está prestes a se federar com o PP e a nova federação deve se chamar “União Progressista”.
A princípio, o nome do novo partido a ser criado com a fusão entre os tucanos e o Podemos será “PSDB+Podemos”. Mas o nome, assim como o número da nova sigla também serão definidos nas duas convenções.
Se a fusão vingar e não houver desfiliações, o novo partido contará com 28 deputados federais (a sétima maior bancada) e sete senadores. Em todo o País, contaria com 400 prefeitos, governando uma população de 16 milhões de brasileiros. Renata Abreu, que hoje preside nacionalmente o Podemos, é a mais cotada para liderar a nova sigla.
Gilson Daniel comanda no ES
No Espírito Santo, já está definido que o deputado federal Gilson Daniel, que hoje preside o Podemos estadual, ficará à frente do novo partido. De acordo com a assessoria do deputado, a prioridade para o comando nos estados é do partido que tem deputados federais – o Podemos tem dois (Gilson e Victor Linhalis) e o PSDB não tem nenhum.

O presidente estadual do PSDB, deputado Vandinho Leite, confirmou que a presidência de uma eventual nova sigla ficará com Gilson, mas disse que o trabalho será compartilhado: “Vamos trabalhar unidos e de forma compartilhada”.
Gilson elogiou a contribuição de Vandinho no processo. “Vandinho é um amigo, um parceiro e uma das lideranças mais preparadas do Espírito Santo. Sua contribuição foi fundamental para que essa transição ocorresse com serenidade e visão de futuro”.
A tendência é que Vandinho também participe da Executiva do novo partido que, no Estado, terá:
- 1 senador
- 2 deputados federais
- 4 deputados estaduais
- 14 prefeitos
- 18 vice-prefeitos
- 180 vereadores
Com esses quadros, a nova sigla que sairá da fusão será a segunda maior força em número de gestores municipais – ficando atrás apenas do PSB que elegeu 22 prefeitos – e terá a maior bancada de vereadores do Estado.
Metas para 2026
Nacionalmente, tanto o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, quanto a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, são a favor de uma candidatura própria à Presidência da República no ano que vem.
No Estado, a expectativa para 2026 é alta. Gilson quer ir para a eleição do ano que vem com chapa completa para estadual e federal, na intenção de, no mínimo, reeleger os mandatários – de acordo com a assessoria, após a fusão, a Executiva vai discutir metas para o ano que vem.
Em relação ao governo do Estado, a fusão não altera a aliança com o governador Renato Casagrande (PSB), que segue firme. Também permanece de pé o apoio do Podemos à pré-candidatura do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB), ao Palácio Anchieta.
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