Vitória e o ES mostram que é possível vencer a violência com Segurança Inteligente

A capital do Espírito Santo, Vitória, completou 50 dias sem registrar um único homicídio. O feito é inédito na história recente da cidade e digno de ser celebrado sim. No entanto, importante ressaltar que esse não é o fim, mas o meio do caminho.

A marca atingida é resultado de uma trajetória consistente de redução da violência. No ano passado, o município apresentou uma queda de 35% nos assassinatos, passando de 85 para 55 mortes.

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A principal razão é a articulação entre diferentes instâncias do poder público, que apostaram na inteligência, na prevenção, no uso da tecnologia e na colaboração. A atuação conjunta da Polícia Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal é o exemplo mais visível de que a superação da lógica de feudos institucionais pode produzir ganhos reais para a sociedade.

Quando se compartilham informações, estratégias e responsabilidades, as ações se tornam mais eficazes, afinal, segurança pública, assim como qualquer outra área, não se constrói com improviso ou bravatas. A premissa básica para quem busca resultados consistentes deve ser o planejamento e a persistência ao longo do tempo.

Em 2009, por exemplo, o Espírito Santo registrava uma das maiores taxas de homicídio do país, com 58,3 assassinatos por 100 mil. Hoje, de acordo com o governo, num estudo preliminar, a taxa para o primeiro quadrimestre do ano, ou seja, de janeiro a abril, caiu para 18,5 — abaixo da média nacional de 22,8 apontada no mais recente Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Outro dado positivo é que em março, o estado atingiu o menor número mensal de homicídios desde 1996: 58 mortes em 31 dias. A redução é positiva, mas há muito o que se fazer ainda. E, como já dissemos, as chances de sucesso aumentam quando os entes públicos deixam de competir por protagonismo e passam a cooperar de forma estratégica. Quem ganha é o cidadão — que pode viver sem a sombra constante da violência.

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