Boxeadora Georgia O’Connor morre aos 25 anos após alegar que médicos ‘ignoraram’ sintomas de câncer por quatro meses

Boxeadora Georgia O'Connor morre aos 25 anos após alegar que médicos 'ignoraram' sintomas de câncer por quatro meses

Aos 25 anos, a boxeadora britânica Georgia O’Connor deixou um legado que transcende os ringues. Campeã juvenil nos Jogos da Comunidade Britânica de 2017 e integrante da equipe Team GB, Georgia era considerada uma das maiores promessas do boxe amador do Reino Unido. Mas sua trajetória, marcada por vitórias e glórias esportivas, foi interrompida por uma batalha silenciosa e devastadora: um câncer terminal, diagnosticado tardiamente após meses de sintomas ignorados por médicos.

Nascida em Durham, na Inglaterra, Georgia construiu uma carreira impressionante desde cedo. Com apenas 17 anos, subiu ao pódio nos Jogos da Juventude da Commonwealth, conquistando medalha de ouro na categoria peso médio.

Sua determinação e habilidade técnica chamavam a atenção de promotores e treinadores, que viam nela uma futura campeã profissional. Fora dos ringues, era conhecida por seu sorriso contagiante e personalidade vibrante, características que mantiveram mesmo diante das adversidades.

A jovem morreu

A jovem morreu

Em janeiro de 2024, Georgia surpreendeu seguidores e amigos ao revelar, em um post no Instagram, que enfrentava um câncer em estágio terminal. A descoberta veio após 17 semanas de dores intensas, idas e vindas a hospitais, e uma série de consultas médicas frustradas. “Não há um jeito fácil de dizer isso: eu tenho câncer”, escreveu. “Agora, preciso expor os ‘ratos incompetentes’ que permitiram que isso acontecesse.”

A jovem já convivia com duas condições crônicas: colite ulcerativa, uma inflamação intestinal grave, e colangite esclerosante primária (CEP), doença rara que afeta os ductos biliares e aumenta o risco de câncer no fígado e no intestino. Por isso, ela mesma suspeitava de que algo mais sério estava ocorrendo.

Em suas palavras, os médicos não realizaram os exames necessários, mesmo com seus pedidos insistentes e relatos de dor extrema. “Eles me ignoraram, me fizeram acreditar que era coisa da minha cabeça. Recusaram até mesmo fazer uma simples tomografia”, desabafou.

O'Connor revelou em janeiro que havia sido diagnosticada com câncer (Instagram/georgiaoconnor_1)

O’Connor revelou em janeiro que havia sido diagnosticada com câncer (Instagram/georgiaoconnor_1)

Quando os exames finalmente foram realizados, o diagnóstico confirmou o pior: o câncer já havia se espalhado, e coágulos sanguíneos potencialmente fatais foram encontrados em seus pulmões. Georgia não poupou críticas ao sistema de saúde público britânico (NHS), afirmando que a negligência dos profissionais acelerou o agravamento de sua condição. “Eles poderiam ter feito algo antes que chegasse a esse ponto”, lamentou.

Apesar da dor física e emocional, Georgia manteve a coragem que a tornou famosa nos ringues. Em fevereiro, celebrou seu 25º aniversário com uma mensagem de resiliência: “Tenho o que muitos consideram a pior doença do mundo, mas ainda consigo sorrir, rir e ser eu mesma”. Naquele mesmo ano, enfrentou outra perda devastadora: um aborto espontâneo, que a deixou ainda mais fragilizada.

Em meio ao turbilhão, encontrou motivos para celebrar. Duas semanas antes de falecer, casou-se com Adriano, seu parceiro de longa data. “09.05.2025. O dia em que me casei com o amor da minha vida”, anunciou em sua última publicação nas redes sociais. A cerimônia íntima, repleta de emoção, simbolizou um último ato de resistência diante de um destino inevitável.

As homenagens estão chegando em grande número

As homenagens estão chegando em grande número

A notícia de sua morte repercutiu globalmente, especialmente no mundo do boxe. Ben Shalom, presidente da promotoria Boxxer, descreveu Georgia como “uma verdadeira guerreira, dentro e fora do ringue”. A campeã mundial Ellie Scotney, amiga próxima da atleta, lembrou-a como “a pessoa mais radiante”: “Mesmo com a vida contada, você nunca deixou sua luz se apagar. Seu sorriso permaneceu até o fim”.

A England Boxing, entidade que rege o esporte no país, emitiu uma nota destacando seu talento e influência: “Georgia era uma boxeadora excepcional e uma figura querida na comunidade amadora. Sua ausência deixará um vazio imenso”.

A história de Georgia levanta questões urgentes sobre a qualidade do atendimento a pacientes com doenças crônicas e a importância de ouvir relatos de dor, especialmente em jovens. Sua luta contra o câncer, assim como suas vitórias no esporte, mostram a força de uma mulher que, mesmo diante da morte, escolheu viver cada momento com intensidade. Seu legado, agora, serve não apenas de inspiração, mas também de alerta.

Esse Boxeadora Georgia O’Connor morre aos 25 anos após alegar que médicos ‘ignoraram’ sintomas de câncer por quatro meses foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.

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