É #FAKE que calcinhas precisam ser jogadas fora após quatro meses de uso


Fato ou Fake mostrou vídeo que viralizou a uma ginecologista e uma diretora de uma fabricante de roupas íntimas. As duas desmentiram a alegação falsa; veja por quê. É #FAKE que a cada quatro meses tem que jogar todas as calcinhas fora
Reprodução
Circula nas redes sociais um vídeo com uma mulher dizendo que, após quatro meses de uso, toda as calsinhas precisam ser jogadas fora. É #FAKE.

g1
🛑 O que diz a publicação falsa?
O vídeo circula desde 17 de maio de 2025 no Instagram tem a pergunta: “Você troca sua calcinha?”.
A legenda do post afirma: “Saiba por que tem que jogar as calcinhas fora”.
Na gravação, uma mulher diz: “A cada quatro meses, a gente tem que pegar todas as nossas calcinhas e jogar no lixo. […] Tem que jogar fora, porque, quando a gente lava a roupa, geralmente a gente lava na máquina. Se lavar na mão, então, pior ainda. Lava na mão e seca lá. É pior. Porque você não consegue higienizar aquela peça íntima da forma correta”.
E confinua: “Nós temos um vilão que se chama amaciante. E ele, quando entra na fibra da roupa, […] mantém aquele perfume. Por isso que a roupa fica perfumada. Tem até uma tecnologia que, quanto mais você esfrega a roupa, mais cheiro sai. Por quê? Porque o amaciante está ali. Então, ele está na fibra da calcinha. E o fato de ele estar ali na fibra da calcinha […] vai criando fungo.”
▶️ Como foi feita a checagem?
O Fato ou Fake mostrou o vídeo à ginecologista Ana Paula Beck, do Hospital Israelita Albert Einstein, e a Sandra Chayo, diretora institucional do Grupo Hope, fabricante de roupas íntimas.
Beck afirma que não há uma regra fixa determinando que as calcinhas precisam ser descartadas a cada quatro meses: “A troca deve considerar o estado da peça, o desgaste do tecido, o elástico e a higiene. Se bem cuidadas, podem durar mais tempo”.
Já Chayo diz. “A durabilidade de uma calcinha depende diretamente dos cuidados com sua higienização e conservação. Com os cuidados corretos, a vida útil da peça pode ser bastante prolongada”.
“Inclusive, criamos o projeto Doe Esperança, que arrecada nas lojas calcinhas, sutiãs e pijamas em bom estado para doação a pessoas em situação de vulnerabilidade social, justamente para ressignificar a ideia de que peças íntimas devem ser descartadas com frequência. Doação não é descarte — por isso incentivamos o bom uso e o reaproveitamento consciente.”
Veja, abaixo, o que elas disseram sobre 3 pontos:
Lavar à mão x máquina de lavar
Amaciante e proliferação de fungos
Orientação para higienização de calcinhas
1. Lavar à mão x máquina de lavar
Ana Paula Beck afirma que a lavagem à mão pode ser mais delicada no caso de calcinhas feitas com tecidos sensíveis, evitando danos ao elástico e ao material. No entanto, lavar na máquina é eficaz se a pessoa usar um ciclo delicado e um saco para roupas delicadas.
“A escolha depende do tecido e da preferência pessoal. Dentre os cuidados que devemos ter é o cuidado com a secagem das peças, que devem acontecer preferencialmente ao ar livre, em local arejado e à sombra. Algumas pessoas tem o hábito de lavar as peças íntimas no banho e deixam secando no banheiro, ambiente úmido. Essa prática deve ser evitada”, explica a ginecologista.
Sandra Chayo diz que a lavagem pode ser feita à mão, no banho ou na máquina, desde que com os cuidados certos: por exemplo, colocar a lingerie em um saquinho separado ao lavar na máquina, e sempre secar as peças em locais arejados.
“Para pessoas com pele sensível, a lavagem em água morna pode ser benéfica e ainda mais eficaz na higienização. O importante é a técnica e os produtos usados. Lavar à mão com sabonete neutro e secar em local ventilado é totalmente eficaz. O risco está em deixar a peça secando em ambientes úmidos e sem ventilação, o que pode favorecer a proliferação de fungos — e isso vale para qualquer tipo de lavagem”, alerta
2. Amaciante e proliferação de fungos
A médica afirma que o amaciante pode, sim, interferir na capacidade de absorção do tecido e, em alguns casos, aumentar a acumulação de resíduos. Isso propiciaria um ambiente favorável a fungos ou até causar alergias. “Ao lavar roupas íntimas, é recomendado evitar produtos que deixem resíduos, como o amaciante”, diz.
Chayo também explica: “O amaciante realmente não é indicado para roupas íntimas. Ele cria uma espécie de película nas fibras do tecido — semelhante a um silicone — que retém fragrância e substâncias químicas. Isso pode interferir no pH da região íntima e causar irritações na pele. Por isso, reforçamos: evite o uso de amaciante em lingeries”.
3. Orientação para higienização de calcinhas
A ginecologista Ana Paula Beck fez as seguintes recomendações:
lave as calcinhas com sabão neutro, em água morna, preferencialmente à mão ou em ciclo delicado na máquina;
evite amaciantes e produtos com perfume;
enxágue bem, para remover todo o sabão;
seque ao ar livre, em local arejado;
e evite guardar em locais úmidos.
É #FAKE que a cada quatro meses tem que jogar todas as calcinhas fora
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