
Localizado a cerca de 4,5 km da orla da Praia da Costa, em Vila Velha, o Avalanche já rendeu a maior onda de surfe do Brasil, um paredão de cerca de 11 metros, surfado por Ian Vaz em 2019.
O pico ganhou fama a partir e, desde então, atraiu alguns dos principais nomes do surfe de ondas grandes do Brasil, como Carlos Burle, Daniel Rangel e Lucas Chumbo. Com a abertura de uma nova temporada de ondas grandes, iniciada nesta semana, surfistas capixabas querem aproveitar para botar o Avalanche de vez no mapa mundial de ondas grandes.
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Protagonismo com o projeto Diamantes Capixabas
Transformar o Avalanche — e outros picos capixabas — em referência nacional e mundial de ondas grandes, com protagonismo para os surfistas do Estado, é um dos principais objetivos do projeto Diamantes Capixabas.
Idealizado pelos surfistas Luiz Hadad, Fabio Sandes e o bodyboarder Bernardo Nassar, todos do coletivo NXF Slab, o projeto busca realizar expedições para surfar ondas grandes e registrar os feitos, buscando o protagonismo capixaba no Campeonato Brasileiro de Ondas Grandes e na disputa pelo título de maior onda do Brasil, tanto no surfe como no bodyboarding.
“A onda do Avalanche quase sempre está nas premiações de melhor onda do ano, de maior onda. Grande parte do projeto é aumentar o protagonismo do surfista capixaba, de termos mais capixabas surfando no Avalanche e desenvolvendo este ecossistema aqui. Além disso, temos outras ondas incríveis, que foram registradas poucas vezes, e que podem surpreender. São tesouros que a gente tem, por isso o nome do projeto é Diamantes Capixabas. Nos dá orgulho ter ondas de tanta qualidade no nosso litoral”, explica Hadad.
Maior onda do Brasil em 2019
O Avalanche já registrou a maior onda surfada no Brasil. Foi em 2019, com o carioca Ian Vaz surfando uma onda de cerca de 11 metros.

O recorde foi batido em 2023, na laje de Jaguaruna, em Santa Catarina, que registrou uma onda de 15 metros.
O fato de o recorde ter sido alcançado por um carioca não foi à toa. Na época, havia poucos capixabas preparados para encarar as “bombas” dos picos de ondas grandes do Estado.
Situação que mudou nos últimos oito anos, com um trabalho feito para capacitar e treinar surfistas, bodyboarders e pilotos de jet-ski, com o objetivo de aumentar o número de capixabas preparados para encarar as ondas do Avalanche e de outros picos do litoral capixaba.
“Ao longo dos anos, viemos desenvolvendo isso e agora temos este projeto para elevar o patamar do Espírito Santo e, quem sabe, ter um capixaba campeão do Brasileiro de Ondas Grandes e voltar a ter o Avalanche como a maior onda surfada no Brasil”, destaca Hadad.
Reconhecimento nacional e mundial
Hadad, a pentacampeã mundial de bodyboarding Neymara Carvalho e a bicampeã mundial júnior Luna Hardman estiveram, na última segunda-feira, reunidos com o vice-governador, Ricardo Ferraço, e com o secretário de Estado de Esportes de Lazer, José Carlos Nunes, para apresentar o projeto Diamantes Capixabas e reforçar a missão de buscar reconhecimento nacional e mundial para o Espírito Santo no surfe de ondas grandes.

“Avalanche já é uma onda mundialmente conhecida. Em todo lugar que eu vou, Havaí, Portugal, Bali, referências de ondas grandes, todo mundo pergunta ‘e aquela onda do Espírito Santo?’. Então, já está sendo reconhecida. Mas a gente precisa mostrar os nossos talentos, os nossos surfistas, os nossos bodyboarders que não devem nada a nenhum surfista do mundo pra pegar essa onda, que é considerada a melhor onda do Brasil!”, defende Neymara Carvalho, a maior bodyboarder da história.
Temporada começa com expectativa de novos recordes
O início da temporada de ondas grandes aconteceu nesta terça-feira (27) e já encheu os olhos dos surfistas, que vivem a expectativa de novos recordes no Avalanche.
“A temporada de 2025 de ondas grandes do Espírito Santo tá se desenhando como uma temporada diferente. Acreditamos que 2025 tem tudo para ser uma temporada com o Avalanche mais ativo. Foi interessante que todo mundo que tava na água era capixaba”, contou Hadad.
Veja o vídeo da abertura da temporada no Avalanche:
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A união entre surfistas e bodyboarders, por sinal, é vista como mais um ponto positivo para reforçar a força do surfe de ondas grandes do Espírito Santo.
“O Espírito Santo é um dos únicos estados que tem a comunidade do surfe e do bodyboarding unida, com este projeto de divulgação destes ‘slabs’, destes fundos de pedra, que inclui este grande diamante capixaba que é o Avalanche. Então, é dar valor aos nossos, olhar pra dentro e saber que temos excelentes atletas do Espírito Santo. Temos os desbravadores desta onda e vamos valorizar o que temos. Temos a oportunidade de valorizar o Espírito Santo através do Avalanche”, completa Neymara Carvalho.