A Marinha Russa está prestes a incorporar o Knyaz Pozharsky, o mais novo submarino nuclear da classe Borei-A, projetado para patrulhar as águas do Ártico com uma capacidade de dissuasão estratégica sem precedentes. Com deslocamento submerso de 24.000 toneladas, a embarcação transporta até 16 mísseis balísticos intercontinentais RSM-56 Bulava, cada um capaz de carregar entre quatro e seis ogivas nucleares, totalizando até 96 ogivas por submarino.
O Knyaz Pozharsky, oitavo da série Borei e quinto na versão aprimorada Borei-A (Projeto 955A), foi lançado ao mar em fevereiro de 2024 e atualmente passa por testes de sistemas e lançamentos de mísseis antes de ser oficialmente incorporado à Frota do Norte, principal força naval russa no Ártico.

O RSM-56 Bulava é um míssil balístico lançado de submarino (SLBM) de três estágios, com alcance estimado entre 8.000 e 15.000 km. Cada míssil pode transportar múltiplas ogivas nucleares independentes (MIRVs), com rendimento entre 100 e 150 quilotons, e possui capacidade de manobra para evadir sistemas de defesa antimísseis.
A introdução do Knyaz Pozharsky faz parte da Doutrina Marítima Russa de 2022, que prioriza a militarização do Ártico, a extração de recursos naturais e o desenvolvimento da Rota do Mar do Norte. Com o derretimento do gelo polar, novas rotas marítimas e depósitos de energia tornam-se acessíveis, aumentando a importância estratégica da região.
Especialistas observam que a modernização da frota submarina russa, exemplificada pelo Knyaz Pozharsky, representa um desafio significativo para as capacidades de dissuasão da OTAN, especialmente em um momento de tensões geopolíticas elevadas. A capacidade de realizar ataques nucleares de segunda resposta a partir de posições submersas no Ártico reforça a postura estratégica da Rússia no cenário global.
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