
O servidor Yuri Souza Oliveira, acusado de provocar o acidente que matou o casal Lucia Maria Cerchi Maestrini, de 79 anos, e Alberto João Maestrini, de 83 anos, se tornou réu após a Justiça acolher a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES). A colisão que vitimou os idosos foi registrada na madrugada de 8 de setembro de 2024.
A decisão, obtida pela reportagem do Folha Vitória nesta terça-feira (3), foi assinada no dia 11 de abril de 2025 pela juíza Lara Carrera Arrabal Klein.
Acidente com idosos: veja medidas cautelares
Segundo a magistrada, inicialmente a autoridade policial representou pela decretação da prisão preventiva do acusado. Mas a juíza destacou que, após examinar os autos, verificou que “as medidas cautelares diversas da prisão, por ora, se mostram suficientes”.
Diante disso, foram fixadas as seguintes medidas cautelares impostas ao servidor:
- Proibição de frequentar bares, botequins, casas de show e congêneres;
- Proibição de manter contato com as testemunhas e demais envolvidos no processo;
- Proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial;
- Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga entre o período de 22:00 às 06:00 horas.
Além disso, a juíza também tornou ré, Talya Coimbra da Silva, de 21 anos, acusada de dar declarações falsas com a intenção de beneficiar Yuri. “O que evidencia o risco de interferência na produção de provas e na instrução criminal”.
Diante disso, foi determinada audiência de instrução e julgamento para às 14h30 do dia 18 de junho de 2026, na 2ª Vara Criminal de Aracruz, na região Norte do Espírito Santo.
O espaço da matéria está aberto para o pronunciamento da defesa dos acusados.
Relembre o caso
Na data do acidente, o casal voltava de sua casa de praia, na Barra do Sahy, em Aracruz, região Norte do Estado, em direção à cidade. O jovem seguia na mesma mão em que o carro dos idosos estava e o atingiu na parte traseira.
O casal de idosos estava em um automóvel modelo Celta e o suspeito em um Chevrolet Cruze. O carro do casal foi lançado para uma região de mata próxima à pista e o veículo do jovem seguiu por cerca de 900 metros a 1 quilômetro na pista, quando parou.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (Dipo) de Aracruz, delegado Roberto Fanti, foi neste momento que um homem que trabalhava próximo ao local do acidente foi até lá para ver o que havia acontecido, por conta do barulho da batida.
A testemunha relatou aos policiais que o carro do jovem estava “pingando fogo”, antes de parar e ao atender ao motorista, notou que o suspeito apresentava claros sinais de embriaguez. Logo depois, o automóvel pegou fogo e se queimou por completo.
“Nessa hora o carro tinha parado, por não ter mais mecânica para continuar. A testemunha viu que o motorista estava ali dentro do carro meio desnorteado, tentando mexer no celular. A testemunha descreveu todos os sinais de embriaguez que ele poderia ter, e tirou ele do carro. Nas palavras da testemunha, se ele não tivesse retirado o motorista do carro, ele teria morrido queimado, porque logo depois o carro começou a pegar fogo”, relatou.
Logo depois de ser retirado do carro, o motorista fugiu do local antes da chegada da polícia e da perícia. Ele se apresentou à delegacia no dia seguinte e negou ter bebido.
A perícia constatou que o carro em que o suspeito trafegava estava em alta velocidade no momento da batida. O homem afirmou ainda que o acidente aconteceu por conta de dificuldades de visibilidade na pista.