MTD encerra jornada nacional que marca seus 25 anos com caminhada em Porto Alegre

O Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) realizou na manhã desta terça-feira (3), em Porto Alegre (RS), uma caminhada pelas ruas da cidade com o objetivo de cobrar políticas públicas do governo estadual. A mobilização marca o encerramento da Jornada Nacional de Lutas e também celebra os 25 anos do movimento. A ação contou com a presença de integrantes de diversas cidades do estado, como Canoas, Alvorada, Caxias do Sul e Eldorado do Sul.

“Nós estamos em luta também comemorando os nossos 25 anos de movimento”, afirmou a integrante da direção estadual, Chirlei Fischer. “A nossa tarefa é vir pra rua, é caminhar, é nos mostrar.” A principal reivindicação do ato é a implementação dos Pontos Populares de Trabalho, uma proposta de política pública aprovada por lei estadual, mas que até hoje não saiu do papel por falta de orçamento. “Queremos uma reunião com a Casa Civil e uma garantia de que R$ 2 milhões estejam previstos no orçamento do próximo ano”, explicou Fischer.

Manifestantes caminharam pelas ruas de Porto Alegre exigindo políticas públicas nas periferias – Foto: Rafa Dotti

Além disso, as cozinhas solidárias organizadas pelo movimento também foram pauta da mobilização. “Desde a enchente, são elas que estão segurando a ponta lá na periferia, oferecendo comida saudável. Mas até hoje não vimos nenhuma iniciativa do governo estadual para apoiar essas cozinhas”, denunciou. Segundo ela, todos os recursos arrecadados até o momento vieram da própria organização e de doações populares.

A violência contra as mulheres e o apagamento das pautas de gênero pelo atual governo estadual também foram denunciados no ato. “Queremos a recriação da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres, com orçamento garantido. Foram 30 feminicídios em dois meses. Isso precisa acabar”, declarou Fischer. Ela apontou ainda que muitas mulheres presentes no ato foram diretamente atingidas pelas enchentes, e até agora seguem sem moradia digna, sem acesso a escolas ou postos de saúde reabertos em suas comunidades.

Ato reuniu trabalhadoras e trabalhadores de diversas cidades em defesa de direitos e justiça social – Foto: Rafa Dotti

Por fim, o movimento também trouxe para as ruas a luta por acessibilidade e inclusão. “O nosso movimento é de mulheres, mas também de pessoas com deficiência, que precisam de acesso, de trabalho, de políticas públicas nos seus territórios”, disse Chirlei Fischer. O objetivo do protesto era sair da caminhada com uma resposta concreta do governo estadual. “Se não conseguirmos essa agenda hoje, queremos pelo menos a garantia de que seremos recebidas. Queremos conversar com quem decide o orçamento.”

Brasil de Fato solicitou posicionamento do governo do estado sobre as reivindicações. O espaço permanece aberto.

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