BR-319 segue interditada no AM por pane em balsa e reparo em aterro; ‘sem previsão de retorno’, diz PRF


Interdição na rodovia bloqueia acesso entre Careiro e Manaus; travessias provisórias foram destruídas pelas cheias e não há previsão de liberação. Cabo de balsa rompe e volta a impedir passagem de veículos pela rodovia BR-319
A BR-319 continua totalmente interditada nos quilômetros 23 e 25, no Amazonas, nesta terça-feira (3), após o desabamento de um aterro e uma pane em um rebocador. As travessias sobre os rios Curuçá e Autaz-Mirim funcionavam com estruturas provisórias desde 2022, que foram danificadas pelas cheias. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há previsão para liberação da rodovia.
A BR-319 é a única ligação terrestre entre Manaus e o estado de Rondônia, conectando o Amazonas ao restante do país. A interdição na rodovia, que já dura desde a madrugada de domingo, bloqueia o tráfego entre Careiro e a capital amazonense.
A única rota alternativa para chegar a Manaus é retornar ao km 68, seguir pelo ramal São José até Iranduba e continuar pela AM-352, um trajeto que leva cerca de 2 horas a mais que o caminho bloqueado.
Por volta das 19h, a PRF informou que o trecho no quilômetro 25 permanecia totalmente bloqueado devido a uma pane no rebocador que movimenta a balsa na travessia do rio Autaz-Mirim. Equipes devem tentar reposicionar a balsa nesta quarta-feira (4) com o apoio de um rebocador mais potente.
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De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o incidente foi causado por um caminhão de carga pesada que forçou a entrada na balsa, rompendo o cabo. O veículo já foi retirado do local, e as equipes trabalham no reposicionamento da embarcação.
O aterro fica no quilômetro 23 da rodovia, no ponto da travessia sobre o rio Curuçá. A estrutura provisória foi arrastada pela força da correnteza, agravada pela cheia do rio. A área está sinalizada com barreiras da PRF, e britas enviadas de Manaus devem chegar ainda nesta terça-feira para ajudar na manutenção do local.
Segundo o DNIT, no Curuçá, também está em andamento uma operação de reforço com rachão nos acessos da ponte. A intervenção deve ocorrer ao longo da semana e contempla os dois lados da estrutura, com foco na recuperação total do tráfego, inclusive para veículos pesados.
O DNIT pede a compreensão dos usuários e reforçou que é importante seguir as orientações das equipes no local.
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Caminhões e carros em longa fila formada na BR-319 após desabamento de aterro interditar trecho da rodovia.
William Duarte/Rede Amazônica
Desabamentos
A queda da ponte sobre o Rio Curaçá aconteceu no dia 28 de setembro de 2022 e resultou na morte de cinco pessoa, além de deixar mais de 10 feridos. Carros foram arremessados sobre o rio e uma ponte provisória foi montada no local para não interromper o fluxo da rodovia. Dez dias depois, outra ponte caiu no km 25 da mesma rodovia.
Em maio deste ano, o Dnit informou que a nova ponte sobre o Rio Curuçá deve ser entregue até setembro. A estrutura foi ampliada em relação à anterior, com 150 metros de extensão e 13 metros de largura.
O superintendente regional do DNIT, Orlando Fanaia, destacou os desafios enfrentados para manter a rodovia em funcionamento.
“É um desafio manter a rodovia trafegável. São 400 km de rodovia não pavimentada, em uma região com dificuldade de insumos, sem material de base, a pedra vem de longe. Esses desafios estão sendo enfrentados com muitas ações em andamento”, afirmou.
As obras da nova ponte sobre o Rio Curuçá foram retomadas em dezembro do ano passado. Além dela, a ponte sobre o Rio Autaz Mirim também está em reconstrução, com entrega prevista para novembro deste ano.
Os investimentos nas duas estruturas somam R$ 50 milhões e um terceiro trecho, sobre o rio Igapó-Açu, está atualmente em fase de licitação.
Aterro sobre Rio Curuçá desaba e BR-319 segue interditada há mais de 40 horas
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