A comissão ampliada da 48ª Romaria da Terra realizou, na terça-feira (3), o segundo encontro preparatório no Santuário do Caaró, em Caibaté (RS). Dentro dos preparativos para a atividade, que será realizada em 17 de fevereiro de 2026, feriado de Carnaval, os participantes chegaram ao consenso a respeito do tema e do lema que nortearão as reflexões.
“400 anos de Evangelização Missioneira: Terra Sem Males e Ecologia Integral” é o tema escolhido. Já a passagem de Apocalipse (21,1), “Eu vi um novo Céu e uma nova Terra”, ficou definida como lema.

No encontro também foram apontados elementos para a composição da imagem que vai ilustrar cartazes, camisetas e demais materiais de divulgação, cuja apresentação deverá ocorrer no próximo encontro da ampliada, em setembro.
Para a liderança regional vinculada ao Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Lisiane Quevedo, o encontro foi produtivo e aponta caminhos a serem percorridos coletivamente até a romaria. “Encerramos esse segundo encontro ampliado com um sentimento de alegria, sentimos uma energia muito forte no consenso da escolha do tema e do lema, trazendo presentes a cultura Guarani e a ecologia integral”, explicou.
“É um tema muito profundo, que queremos levar para todas as comunidades, em todas as dioceses do estado, preparando com muito carinho uma reflexão que fortalece a agricultura familiar, os pequenos agricultores, a agroecologia, a vivência comunitária”, acrescentou, pontuando a certeza de que a proposta “trará muita iluminação para as comunidades na preparação até a romaria”.

Luiz Antonio Pasinato, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), destacou a presença de diferentes organizações no encontro, com uma forte representação da Diocese de Santo Ângelo, anfitriã da romaria. “Foi possível construir um processo coletivo muito interessante, trabalhando também a formação das equipes e prevendo os próximos passos dentro da ampliada da romaria, de modo especial a divulgação.”
400 anos da evangelização da região Missioneira
A 48ª Romaria da Terra está incluída nas atividades comemorativas que celebrarão os 400 anos da chega dos Jesuítas ao Rio Grande do Sul, quando São Roque Gonzales e seus companheiros atravessaram o Rio Uruguai e adentraram no território da hoje Diocese de Santo Ângelo, dando início ao primeiro ciclo das Reduções Jesuítico-guaranis.
Pasinato lembrou da referência aos quatro séculos da evangelização da região Missioneira e das experiências que acumuladas ao longo do período histórico. Destacou a atualização a partir da perspectiva da ecologia, “trabalhando a construção de comunidades onde a integração com a natureza e a relação das pessoas com o meio ambiente se dê com respeito, construindo comunidades sustentáveis”.
Já o padre jesuíta Anderson Rabelo, responsável pela paróquia do Caaró, onde está o santuário que vai acolher os romeiros e romeiras em fevereiro de 2026, aponta que a experiência deste segundo encontro se mostrou “bastante consoladora, de construção coletiva, de escuta do Espírito”.
Para ele um dos pontos centrais foi a percepção do quanto é “bonito perceber que mesmo sendo tão diversos e de diferentes lugares, as pessoas que integram a coordenação ampliada da Romaria da Terra têm um vocabulário comum, um sentido de comunhão e sintonia, chegando a um consenso a partir de algo que vai sendo construído a partir de muitas mãos”.
“A romaria também, neste contexto dos 400 anos, é uma oportunidade para reaprender a trabalhar juntos. Numa sociedade tão individualista, tão marcada pela competitividade, aprender ou reaprender a cooperar e trabalhar juntos é um desafio para nós como sociedade e como Igreja”, concluiu padre Anderson.
A próxima reunião da coordenação ampliada está prevista para o dia 9 de setembro, quando deverá ser realizado um momento formativo e apresentada a ilustração do cartaz. Ao final do encontro os participantes receberam exemplares do Livro da Família, agenda bíblica e o jornal síntese do relatório Violência no Campo 2024.
