
Stephen Hawking, um nome que ecoa pelos corredores da ciência e além, deixou para a humanidade muito mais do que teorias revolucionárias sobre buracos negros e a origem do universo. Pouco antes de sua partida, em março de 2018, aos 76 anos, após uma luta extraordinária de 55 anos contra uma doença neurodegenerativa, ele compartilhou reflexões profundas que transcendem o campo da física.
Imagine receber um diagnóstico devastador aos 21 anos. Para Hawking, foi a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma condição rara e implacável que ataca progressivamente os neurônios responsáveis pelo movimento. Os médicos deram-lhe apenas alguns anos de vida. Inicialmente, o futuro brilhante que vislumbrava – mergulhar no estudo do cosmos na prestigiosa Universidade de Cambridge – pareceu ruir.
A depressão tomou conta conforme seu corpo perdia funções rapidamente. Ele questionou até se valeria a pena terminar seu doutorado, incerto se viveria o suficiente para concluí-lo.
Mas Hawking possuía uma determinação tão vasta quanto o universo que estudava. Duas forças cruciais mudaram seu rumo. A primeira foi a própria doença, que, contra todas as expectativas, desacelerou seu avanço. A segunda foi o amor: o encontro com Jane Wilde, em uma festa, e o subsequente noivado injetaram nele uma nova vitalidade.
“Enquanto há vida, há esperança”, tornou-se um princípio orientador. Ele se agarrou à sua paixão pela cosmologia. Quando suas expectativas foram reduzidas a zero, cada novo dia transformou-se em um presente, uma oportunidade para apreciar o que ainda tinha: sua mente brilhante e a capacidade de perseguir o conhecimento.
Foi dessa forja de adversidade que surgiu um dos intelectos mais extraordinários do século XX. Confinado a uma cadeira de rodas e, mais tarde, dependendo de um sintetizador de voz para se comunicar, Hawking desvendou segredos impressionantes dos buracos negros – objetos cósmicos tão densos que nem a luz escapa de sua gravidade – e contribuiu de forma fundamental para nossa compreensão do espaço, do tempo e da origem de tudo. Sua obra demonstra um triunfo incrível: como seres feitos de partículas fundamentais conseguimos aproximar-nos tanto das leis que regem o cosmos.
Nos seus últimos anos, Hawking voltou sua mente perspicaz não apenas para os mistérios do universo, mas também para o futuro da espécie humana. Ele observava os avanços científicos com entusiasmo, citando projetos ambiciosos para mapear bilhões de galáxias e aprofundar nosso conhecimento cósmico.
No entanto, emitia um alerta claro e urgente: nossa sobrevivência de longo prazo, ele acreditava, depende criticamente de deixarmos o planeta Terra. “Não acho que sobreviveremos mais mil anos sem escapar além do nosso frágil planeta”, declarou. A expansão para o espaço não era mais apenas uma aventura científica; era uma necessidade existencial.

A contribuição de Stephen Hawking para a ciência moderna e nosso entendimento do espaço e do tempo foi astronômica — com o perdão do trocadilho!
E qual foi a mensagem final que esse homem, que superou limites físicos inimagináveis para explorar os confins do universo, quis deixar? Era simples, poderosa e aplicável a todos:
“Lembre-se de olhar para as estrelas e não para os seus pés. Tente entender o que você vê e pergunte-se o que faz o universo existir. Seja curioso.”
Ele encorajava a busca pelo conhecimento, a maravilha diante do desconhecido. E complementava com um conselho nascido de sua própria experiência épica de vida: “Por mais difícil que a vida possa parecer, sempre há algo que você pode fazer e ter sucesso. O importante é que você não desista. Enquanto há vida, há esperança.”
A trajetória de Stephen Hawking é um monumento à curiosidade humana, à resiliência inabalável e ao poder indomável da mente. Suas palavras finais não são apenas um legado científico, mas um farol de inspiração, nos lembrando de olhar para cima, de questionar, de perseverar e de nunca, jamais, perder a esperança. O cosmos, afinal, ainda guarda muitos segredos esperando para serem descobertos.
Esse Stephen Hawking deixou um último conselho em sua mensagem final para a humanidade antes de morrer foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.