Os golpes virtuais crescem de maneira alarmante no Espírito Santo e no Brasil. E, para surpresa das estatísticas, os mais vulneráveis não são os idosos. Segundo informações do Instituto DataSenado, cerca de 27% das vítimas têm entre 16 e 29 anos.
Além disso, é destacado que os brasileiros entre 50 e 59 anos representam 14% das vítimas. Já a faixa com mais de 60 anos, tradicionalmente vista como mais vulnerável por migrar para o mundo digital mais tarde, concentra 16% dos casos.
Com um simples clique em um link, disponível na internet ou nas redes sociais, os golpistas conseguem acessar contas bancárias e retirar quantias significativas.
Foi o que aconteceu com Leandro Cerqueira. Em entrevista à TV Vitória, ele contou que transferiu R$ 20 mil para os criminosos após receber uma falsa solicitação de atualização do aplicativo bancário.
Recebi uma ligação de um número do meu banco e a pessoa informou que o aplicativo iria passar por uma atualização. O falso atendente deu um passo a passo que deveria fazer. Desliguei, acessei o link e o meu celular parou de funcionar, quando vi haviam feito dois PIX’s e transferiram R$ 20 mil.
Ainda segundo a Agência Senado, a diferença entre os golpes entre novos e os mais velhos está na natureza da fraude. Os mais velhos são os enquadrados como estelionato, crimes contra o patrimônio e os jovens seduzidos por emprego pela internet e ganhos fáceis sem sair de casa.
Segundo dados do Painel de Crimes Contra o Patrimônio, da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, até o dia 31 de maio foram registrados 19 mil casos no Espírito Santo.
O delegado titular do 7º Distrito Policial de Vila Velha, Carlos Vitor de Almeida Silva, explica que o estelionatário, consegue lubridiar a vítima e não possuia alvo apenas os idosos, mas se tornou um crime de “oportunidade”.
O criminoso vai tentando várias vítimas até que ele consegue uma para cometer o golpe. Costumo dizer que o estelionatário é como se fosse um comércio, ele vai tentando vender, se ele tentar com 100 pessoas e acessar uma já é vantajoso para os golpistas.
Como evitar cair em golpes pela internet?
Para evitar ser enganado, é fundamental ter atenção a mensagens de solicitação de dinheiro, mesmo de conhecidos, e evitar clicar em links suspeitos ou compartilhar dados pessoais
O advogado especialista em privacidade e proteção de dados e presidente da comissão de TI e direito digital da OAB-ES, Carlos Augusto Pena da Motta Leal, descreve que a principal forma de proteção é a informação.
Desconfiar de comunicações que envolvam senso de urgência, confirmar a veracidade de mensagens recebidas por canais oficiais e evitar clicar em links desconhecidos são medidas básicas, mas eficazes.
Além disso, ele afirma que também é importante utilizar senhas fortes, ativar a autenticação em dois fatores quando possível e manter os dispositivos atualizados.
Por fim, caso a pessoa seja vítima de um golpe, é fundamental registrar boletim de ocorrência e comunicar imediatamente a instituição financeira envolvida.
*Com informações da repórter Ana Carolina Mota, da TV VItória/ Record
