
O deputado estadual Wellington Callegari (PL) tem rodado o Estado – principalmente as regiões Sul e Serrana – e promovido debates com lideranças políticas e empresariais por meio da Comissão de Cooperativismo da Assembleia Legislativa, presidida por ele.
Na semana passada, reuniu cerca de 200 pessoas, em Cachoeiro de Itapemirim, no evento “Circuito Coop”, criado para debater o fortalecimento do cooperativismo. E, como era de se esperar num evento com a participação de políticos – entre os presentes estava o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) –, também foi debatido o cenário político-eleitoral, principalmente para 2026.
O esforço de Callegari tem motivo: ele quer viabilizar o próprio nome para a disputa ao Senado no ano que vem, quando duas cadeiras estarão em jogo – a do senador Fabiano Contarato (PT), que é candidato à reeleição, e a do senador Marcos do Val (Podemos), que ainda não definiu se irá concorrer.
Até aí tudo bem, outros pré-candidatos ao governo do Estado e ao Senado já têm se movimentado e buscado apoios e parcerias para a eleição. Acontece que Callegari está no PL e o partido já definiu quem irá concorrer na eleição majoritária.
Deputado acompanhou anúncio
No dia 26 de abril, o PL fez um evento no Estado, que até contou com a presença do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O partido mudou o comando da legenda na Capital – saiu o deputado estadual Capitão Assumção para a entrada do deputado federal Gilvan da Federal – e definiu quem irá concorrer ao Senado no ano que vem.
Maguinha Malta, filha do senador e presidente estadual do PL, Magno Malta, foi anunciada como o nome do partido na disputa por uma das duas vagas que estarão em jogo – o partido não pretende ter dois candidatos ao Senado. Até então, o PL trabalhava o nome de Gilvan como pré-candidato, mas o deputado irá disputar a reeleição.
“Vale lembrar que, em determinado momento, o próprio Gilvan desejava ser senador. Hoje, reafirmei que, se ele quiser retomar o projeto e voltar a ser pré-candidato ao Senado, a decisão será dele. Como ele optou pela reeleição, manterá o seu número da eleição passada. Já Maguinha, certamente, ficará com o meu número, o 222, que representa o meu legado”, disse Magno no evento.
Callegari estava presente no momento do anúncio, fez parte da mesa de autoridades e até saiu na foto. Ainda assim, mantém seu nome na disputa, insistindo na tese de que a convenção do partido é que irá definir quem será candidato – embora as últimas eleições tenham mostrado que quem dá a palavra final no PL é Magno Malta.
Questionado se iria trocar de partido, a assessoria de Callegari disse que não há sinalização nesse sentido no momento, mas ressaltou que o deputado tem dialogado com outras lideranças políticas e partidárias. “Tem conversado com o Novo”, disse a assessoria.

A aproximação com o prefeito de Vitória também pode ser uma estratégia do deputado visando ao pleito do ano que vem. Se Pazolini for mesmo candidato ao governo do Estado, sua chapa terá duas vagas livres para a candidatura ao Senado.
É certo que os dois nomes serão preenchidos após o fechamento de negociações e alianças partidárias e já tem gente de olho numa das vagas. Um deles é o ex-deputado federal Carlos Manato (PL) – que emplacou a esposa, a ex-deputada Soraya Manato (PP), na Secretaria de Assistência Social de Vitória –, e é pré-candidato ao Senado.
Ainda assim, até o momento, é um caminho que está aberto. “Quero debater com todas as frentes de direita as duas vagas para o Senado, buscando conscientizar os conservadores e patriotas sobre os riscos e responsabilidades em torno das eleições de 2026. A luta da direita começa pelo Parlamento, e o Senado Federal tem um papel fundamental na proteção dos direitos dos brasileiros”, disse o deputado por meio de sua assessoria.
Bandeiras
Conservador, bolsonarista, professor de História e com base eleitoral no Sul do Estado, Callegari não pretende abrir mão da disputa pelo Senado. Segundo sua assessoria, ele já está até definindo as bandeiras que pretende defender durante a campanha.
Ele quer levar para o Senado projetos que protocolou na Assembleia, como o PL 153/2025, que endurece o combate ao MST; o PL 225/2023, que previne e trata transtornos mentais em policiais e bombeiros, e a Lei 12.194/2023, que combate a violência obstétrica oportunizando, entre outras coisas, a possibilidade da gestante escolher a via de parto.
Como outros integrantes do mesmo campo ideológico, também encampa o combate à flexibilização da legislação sobre o aborto e é a favor da anistia aos presos e condenados do 8 de Janeiro.
“Desde o início, tenho me posicionado na tribuna da Assembleia Legislativa, onde falei diversas vezes que devemos separar as pessoas que estavam realmente protestando dos vândalos que cometeram atos condenáveis. A Constituição Federal garante o direito à livre manifestação, e a maioria que estava lá era formada por cidadãos ordeiros, honestos e sem antecedentes criminais”, disse Callegari, em nota.
O que diz o PL
Ao ser questionado pela coluna De Olho no Poder sobre a situação do deputado – se ele já é considerado pré-candidato ao Senado ou se seu nome será submetido à convenção partidária – o PL respondeu com a seguinte nota:
“O deputado estadual Callegari, como outros nomes da política capixaba, tem exercido legitimamente seu direito de circular pelo Estado e dialogar com a população. Isso faz parte do processo democrático e é natural que alguns nomes se testem junto à sociedade neste período pré-eleitoral”.
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