Veja desafios da reportagem que acompanhou cheia histórica no Pantanal de MT


Equipe da TV Centro América enfrentou áreas alagadas, viagens longas e chegou a gravar a cavalo para mostrar retirada do gado durante cheia histórica no Pantanal em 2010. A boiada chegava a andar até 15 km por dia, durante uma travessia que podia durar dias
Em 2010, o Pantanal — maior planície alagável do mundo— se transformou drasticamente: o que antes eram pastos secos viraram rios temporários, e centenas de cabeças de gado ficaram ilhadas em meio à enchente causada pelas chuvas intensas que atingiram a região. A cheia surpreendeu os fazendeiros e alterou temporariamente o ciclo da fauna pantaneira, marcando um dos períodos mais extremos já registrados no bioma.
Esta matéria faz parte da série de reportagens do g1 em comemoração aos 60 anos da Rede Matogrossense de Comunicação (RMC), que relembra grandes coberturas realizadas pela TV Centro América.
Para registrar os desafios enfrentados pelos produtores rurais durante a cheia de 2010, a equipe de reportagem da TV Centro América precisou superar diversos obstáculos logísticos:
⛵Os profissionais se deslocaram de barco por áreas completamente alagadas;
🌳encararam longas viagens por regiões de difícil acesso;
🐎gravaram imagens e entrevistas montados em cavalos, tudo para proteger os equipamentos da água que tomava conta do terreno.
A equipe de reportagem acompanhou de perto o drama dos trabalhadores rurais
Arquivo TVCA
Na época, a TV Centro América realizou uma das coberturas mais marcantes sobre os impactos da cheia. A equipe acompanhou de perto o drama dos trabalhadores rurais, que enfrentavam cenários extremos para salvar os animais, em especial as vacas prenhas e os bezerros recém-nascidos.
Na reportagem, um peão usava uma câmera presa à cabeça para registrar os momentos de tensão ao resgatar um bezerro prestes a se afogar (assista acima). Em algumas regiões, a água já encobria os animais, e diversos rebanhos ficaram ilhados no Pantanal Mato-grossense. Os peões, à cavalo, percorriam quilômetros por dia em busca dos animais.
A boiada chegava a andar até 15 km por dia, durante uma travessia que podia durar até seis dias, até alcançar uma área segura e seca. Um dos personagens marcantes da cobertura foi Gonçalo, o cozinheiro da comitiva, que seguia com mantimentos e carne para assar durante o percurso.
Segundo estimativas da época, apenas na região de Poconé, cerca de 250 mil cabeças de gado precisaram ser retiradas por causa da enchente. As imagens transmitidas ao vivo e que foram exibidas nos telejornais locais mostravam o Pantanal submerso, repleto de vegetação encoberta pela água, e boiadas inteiras formando longas filas em meio ao alagado.
Apesar das dificuldades, especialistas ouvidos pela reportagem da TV Centro América ressaltaram a importância do fenômeno para o equilíbrio do bioma. “O Pantanal precisa se renovar com a água. Há muito tempo não enchia assim. Isso é importante para o ecossistema pantaneiro”, disse um dos entrevistados à época.
Mais do que um evento climático, a enchente de 2010 entrou para a história como um retrato da força da natureza e da resiliência dos trabalhadores rurais. A cobertura da TV Centro América foi fundamental para mostrar, com sensibilidade e profundidade, os desafios enfrentados em uma das maiores planícies alagadas do planeta.
Peão salvando boi para impedir que animal se afogasse na água
Arquivo TVCA
Criadores e animais ilhados no Pantanal
Arquivo TVCA
☑️ Clique aqui e siga o perfil da TV Centro América no Instagram
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp
Adicionar aos favoritos o Link permanente.