Rússia não exclui ajuda militar ao Irã em meio à ‘dramática escalada’ de conflito com EUA e Israel

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta segunda-feira (23) que a prontidão da Rússia em fornecer assistência militar o Irã no conflito com Israel dependerá do pedido que o lado iraniano fizer a Moscou. A situação no Oriente Médio se agravou no último fim de semana com a entrada direta dos EUA no conflito ao lado de Israel.

“Tudo depende do que o lado iraniano e nossos amigos iranianos discutirem. Hoje, o Ministério das Relações Exteriores iraniano realizará contatos nos quais, após a dramática escalada, será possível trocar opiniões e o lado iraniano poderá nos informar sobre sua visão da situação”, disse Peskov, citado pela agência russa Kommersant.

O porta-voz do Kremlin não respondeu à pergunta sobre a possibilidade da Rússia fornecer ao Irã sistemas de defesa aérea, como, por exemplo, os sistemas S-300 ou S-400.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, chegou hoje a Moscou e se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir a escalada do conflito no Oriente Médio.

O líder russo reforçou a posição de Moscou sobre a escalada da situação entre Irã e Israel, afirmando que ela é “é bem conhecida”: “A agressão não provocada contra o Irã não tem fundamento ou justificativa”, afirmou Putin.

Segundo ele, a Federação Russa “está se esforçando para ajudar o povo iraniano”.

Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia emitiu um comunicado sobre os ataques dos EUA ao Irã, afirmando que “ataques no território de um Estado soberano violam gravemente o direito internacional e a Carta da ONU, independentemente dos argumentos apresentados”.

Na noite de sábado (21), os Estados Unidos bombardearam as centrais nucleares de Isfahan, Natanz e Fordo, marcando sua entrada direta no conflito entre Irã e Israel. O presidente estadunidense, Donald Trump, declarou que os bombardeios “destruíram completamente as capacidades nucleares do Irã”. No entanto, autoridades dos dois países admitem que ainda é cedo para avaliar a extensão real dos danos.

O Irã negou qualquer vazamento de material radioativo e prometeu retaliar. Em reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador iraniano, Amir Saeid Iravani, acusou os EUA de terem iniciado uma “guerra” sob “pretextos absurdos e inventados”.

Irã condena ‘ataques ilegítimos’ de Israel e EUA

O chanceler iraniano, Abbas Araghchi, após a reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o país persa atribui grande importância às consultas com a Rússia nas “atuais circunstâncias perigosas”.

O ministro reforçou que Teerã considera as ações de Tel Aviv e Washington ilegítimas, e que a República Islâmica tem o direito de se defender.

Ele também agradeceu à Rússia por condenar as ações de Israel e dos Estados Unidos contra o Irã.

Antes de sua viagem a Moscou, Abbas Araghchi afirmou que os Estados Unidos cruzaram a linha vermelha ao bombardear as instalações nucleares do Irã. Segundo ele, Donald Trump não apenas traiu o Irã, como também enganou os americanos.

“Nas novas e perigosas circunstâncias atuais, quando a ordem mundial está realmente ameaçada, nossas consultas com a Rússia certamente podem ser de grande importância”, disse o ministro.

Segundo Abbas Araghchi, Teerã e Moscou “estão tentando coordenar suas posições entre si”, e os países “sempre tiveram preocupações, ansiedades e oponentes comuns”.

O Ministro das Relações Exteriores iraniano também expressou gratidão a Moscou por condenar os ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas. “O ataque norte-americano é um ataque e uma agressão que devem ser inequivocamente condenados”, disse ele.

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