
A Justiça do Espírito Santo determinou que o universitário Oswaldo Venturini Neto e o advogado Ivomar Rodrigues Gomes Júnior vão ser julgados pela morte de um casal na Terceira Ponte. Os réus foram denunciados por participar de um racha, no momento em que as vítimas foram atropeladas no vão central da ponte que liga Vila Velha e Vitória.
Kelvin Gonçalves dos Santos e Brunelli Oliveira foram atropelados em 22 de maio de 2019. O casal seguia de moto pela ponte, no sentido Vila Velha – Vitória, quando foi atingido pelos veículos, que estariam participando de um racha, segundo as investigações da polícia.
A sentença de pronúncia, proferida pelo juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, foi publicada no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), na noite de quarta-feira (25). Na decisão, o magistrado ainda determina que Ivomar vai aguardar pelo julgamento no presídio.
A medida é necessária para garantir a conveniência da instrução criminal, haja vista o notório padrão de conduta protelatória demonstrada, que compromete a celeridade e a efetividade do processo penal, e para assegurar a aplicação da lei penal, impedindo que as manobras processuais levem à impunidade e frustrem a tutela jurisdicional devida às vítimas e à sociedade, diz trecho da decisão.
Ivomar segue detido na Penitenciária de Segurança Média (PSME1), em Viana.
Já Oswaldo permanece em liberdade até o júri. De acordo com o juiz, o universitário tem comparecido a todos os atos processuais e não coloca obstáculos no andamento da ação penal.
O Folha Vitória tenta contato com a defesa dos réus. O espaço segue aberto para manifestações.
Relembre o caso
A batida que tirou a vida de Kelvin e Brunielly aconteceu na madrugada do dia 22 de maio de 2019, na Terceira Ponte, quando acusados e vítimas seguiam no sentido Vila Velha x Vitória.
O casal estava em uma moto quando foi atingido pelos veículos que, segundo a polícia, participavam de um “racha”. As vítimas morreram na hora. Já os suspeitos foram detidos e encaminhados para o presídio.
O laudo pericial detalhado sobre o acidente aponta que foi o veículo dirigido pelo advogado Ivomar Rodrigues, um Audi, que atingiu a moto. O documento também demonstrou que o advogado não freou antes da colisão. Ivomar, segundo a perícia, seguia a 149 km/h e só acionou os freios no momento exato da colisão.
Já o carro de Oswaldo, um Toyota Etios, colidiu contra o Audi a 144 km/h, segundo o laudo pericial. Com a batida, o veículo do advogado atingiu a moto. Em seguida, o Etios girou, atingiu o Audi novamente e colidiu contra a mureta da ponte.
Os acusados foram presos em flagrante e tiveram a prisão convertida em preventiva na audiência de custódia. No entanto, o STJ concedeu liberdade provisória aos réus após recursos das defesas.
Ivomar voltou a ser preso de forma preventiva, no dia 18 de junho deste ano. O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que alegou imposições aplicadas pela defesa do advogado “com o objetivo de retardar a tramitação do processo penal e postergar a realização do julgamento”.