Exportação de ovos do ES cresce em meio à crise da gripe aviária

O ES enviou ovos para 25 destinos internacionais. Foto: Freepik

O Espírito Santo registrou um novo recorde na exportação de ovos nos primeiros cinco meses de 2025. De janeiro a maio, o Estado comercializou US$ 3,6 milhões em ovos, com 1,6 mil toneladas embarcadas, superando todo o acumulado da série histórica. Os dados são da Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura (Seag).

O principal motivo para o salto nas exportações foi o agravamento da crise sanitária causada pela gripe aviária (H5N1) nos Estados Unidos, que enfrentam escassez no mercado interno e passaram a importar ovos não apenas para uso industrial, mas também para consumo humano direto.

Exportação de ovos capixabas

Neste ano, o Espírito Santo enviou ovos para 25 destinos internacionais, com destaque absoluto para os Estados Unidos. Os três principais mercados foram:

  • Estados Unidos: US$ 3,5 milhões, o equivalente a R$ 19,29 milhões (1.573 toneladas).
  • Panamá: US$ 16 mil, o que equivale a R$ 88,22 mil (6,3 toneladas).
  • Ilhas Marshall: US$ 14,8 mil, ou seja, R$ 81,7 mil (5,8 toneladas).

Com isso, os EUA responderam por mais de 97% do volume e do valor exportado pelo Estado no período.

Crescimento no valor exportado

Na comparação com o mesmo período de 2024, o avanço foi expressivo:

  • +682% em valor (de US$ 461 mil para US$ 3,6 milhões).
  • +370% em volume (de 343 toneladas para 1.612 toneladas).

O desempenho capixaba também superou a média nacional. De janeiro a maio, o Brasil exportou 26,1 mil toneladas, totalizando US$ 86,1 milhões. Ou seja, um crescimento de 35,7% em volume e 25,4% em valor.

Setor preparado e produção em alta

O secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, ressaltou que o resultado é reflexo da combinação entre aumento da demanda internacional e qualidade sanitária da produção local.

“A comercialização ao exterior foi significativamente superior e abriu novas oportunidades de mercado para os nossos avicultores, que são os mais produtivos do Brasil”, afirmou Bergoli.

A mudança no perfil da demanda também foi destacada pelo gestor de projetos da Seag, Filipe Barbosa Martins. De acordo com ele, o mercado norte-americano passou a importar ovos para uso em alimentos, ampliando o potencial de consumo.

O diretor-executivo da Associação dos Avicultores do ES (Aves), Nélio Hand, vê a atual conjuntura como uma janela estratégica para os produtores. “Mesmo que haja desaceleração, os volumes devem se manter elevados. O Espírito Santo pretende continuar ativo nesse mercado”, disse.

Espírito Santo lidera produção de ovos no país

De acordo com a Aves, em 2024 o Espírito Santo produziu cerca de:

  • 5,2 bilhões de ovos de galinha.
  • 1,7 bilhão de ovos de codorna.

Isso equivale a quase 1.700 ovos por habitante por ano. O Estado responde por 7% da produção brasileira.

O município de Santa Maria de Jetibá é o maior produtor de ovos de galinha e de codorna do Brasil. Só a produção de ovos representa 56% do Valor Bruto da Produção Agropecuária do município.

Atualmente, o Chile reconheceu o Espírito Santo como zona livre da Doença de Newcastle, o que reforça a confiabilidade do Estado em relação à segurança alimentar.

Para Nélio Hand, a entrada em novos mercados exige preparo. “Exportar não é fácil e os custos são altos, mas o Espírito Santo está pronto para se manter competitivo e ampliar sua presença global”, concluiu Hand.

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