Fabrício Cambruzzi: “Queremos ter uma agência em cada município do ES”

Fabrício Cambruzzi acredita no relacionamento “olho no olho” para aumentar número de agências no Estado. Crédito: Reprodução de TV

O mercado financeiro do Estado é robusto e tem dinheiro para abastecer as necessidades do ambiente de negócios capixaba. E nesse sentido, hoje o Espírito Santo tem cerca de 30 cooperativas de crédito em atuação. Grande parte delas está associada a dois sistemas maiores: o Sicoob e a Sicredi. Do mesmo modo, esses sistemas concentram nada menos do que R$ 40 bilhões em ativos. 

A Sicredi Serrana está nesse contexto e tem planos de expansão para o Espírito Santo. A cooperativa tem mais de 130 mil associados no Estado e pretende estar em 100% dos municípios capixabas até 2027. 

Até outubro de 2024, a cooperativa registrou R$ 17 bilhões em recursos administrados, com um crescimento de 36% nos 12 meses anteriores. Nesse sentido, a atuação no agronegócio é um forte pilar. Embora não haja um número exclusivo da Sicredi Serrana para o crédito rural no ES, o sistema como um todo financiou quase R$ 700 milhões no Plano Safra 2023/2024 no Espírito Santo.

A Sicredi Serrana é liderada pelo diretor geral Fabrício Cambruzzi. Ele detalha o movimento de expansão da cooperativa no Estado e fala um pouco das características do mercado capixaba e como se encaixa nas demandas locais. E isso passa por personalização e, principalmente, o atendimento “olho no olho” que é uma filosofia de trabalho.

Veja abaixo a entrevista com Fabrício Cambruzzi:

Como a Sicredi está posicionada no ES?

Passamos a 60 agências inauguradas no Espírito Santo como um todo, e na região metropolitana estamos inaugurando a décima. O número de associados, de 100 mil em outubro passado, já está em aproximadamente 130 mil.

O ES é apontado como um dos estados mais prósperos do país. Como você vê esse ambiente de negócios? 

Vemos da mesma forma. Foi uma surpresa muito bacana quando chegamos ao Estado.

Somos muito bem recebidos pela sociedade capixaba e a nossa proposta, que é diferenciada, se soma à grande oportunidade de negócios que existe aqui. É um ambiente muito bom para ser explorado em todos os segmentos.

Como as altas taxas de juros impactam o negócio de vocês? 

Para uma instituição financeira, a alta taxa de juro acaba gerando retorno. A economia é que desacelera. Orientamos nossos associados a serem seletivos, a escolherem qual parte do negócio é rentável para alavancar e qual é a hora de esperar um pouco, mas sem parar a economia. O mercado está ativo, mas em uma velocidade diferente.

Qual é a estratégia para ganhar espaço no mercado capixaba? 

Produtos e serviços financeiros são commodities, com poucas diferenças. Nosso posicionamento está na contribuição que buscamos devolver para a comunidade.

Queremos que o associado prospere e reinvestimos a receita em programas de apoio ao desenvolvimento da sociedade. Isso gera um reconhecimento e aceitação da nossa proposta.

Em que tipo de negócio o Sicredi está focado no ES?

Nosso principal posicionamento é o interesse verdadeiro na prosperidade do associado, somado à personalização. Isso nos permite atender a todos os nichos. Desde empresas com faturamento acima de R$ 30 milhões até MEIs e pessoas físicas, incluindo o agronegócio.

Como você vê o momento institucional do ES hoje? 

O que mais me chama a atenção é a velocidade com que os players se movem. Quando há alguma informação econômica, seja nacional ou local, há uma rapidez na mobilização do poder público com as entidades. O Sicredi se relaciona com essas esferas, ajudando a impulsionar esses movimentos.

Você tem alguma estratégia específica para o turismo? 

Sim. Temos conversas recorrentes com o Sebrae, buscando linhas de apoio e financiamento para o meio turístico. Nos baseamos na experiência da Serra Gaúcha, onde atuamos na cadeia da uva e do vinho, apoiando desde a constituição de roteiros até o financiamento. Nesse sentido, queremos replicar isso aqui, por exemplo, na rota cervejeira em Viana.

Como você se posiciona frente à concorrência com outros bancos e cooperativas? 

A concorrência nos permite evoluir. Nós cooperamos e concorremos de forma saudável.

Os bancos tradicionais, ao fecharem agências e diminuírem equipes, perdem mercado, o que facilita nossa atuação.

O Sicoob e o Banestes, por outro lado, têm um papel importante e reconhecido na sociedade.

Onde o Sicredi quer chegar no ES?

Queremos chegar a um lugar onde possamos contribuir muito com o desenvolvimento, construindo uma sociedade mais próspera. Queremos ter uma agência em cada município capixaba até o final de 2026. Nosso foco é estender produtos e serviços que permitam que os associados prosperem na região em que estamos.

Quais são os principais desafios e oportunidades? 

Um grande desafio, talvez não só daqui, mas nacional, é a qualificação da mão de obra, especialmente no turismo. No entanto, a velocidade com que o Estado se move em resposta a informações e a mobilização das entidades e do poder público é uma grande oportunidade.

Fabrício Cambruzzi é diretor geral da Sicredi Serrana

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