Navio-aeródromo faz visita histórica e atrai multidões
Hong Kong, 3 de julho de 2025 — O Shandong, primeiro porta-aviões totalmente construído na China, chegou nesta quinta-feira (3) às águas de Hong Kong, marcando um momento simbólico para a projeção do poder naval chinês. A embarcação, de cerca de 315 metros de comprimento e 75 metros de largura, atravessou o canal Leste de Lamma antes de ancorar na área de fundeio oeste do Porto Vitória.
Com um deslocamento de aproximadamente 60 mil toneladas e capacidade para transportar até 44 aeronaves, o Shandong foi avistado com um helicóptero Z-18 posicionado no convés dianteiro e dez caças J-15 alinhados à mostra, chamando a atenção dos moradores locais e entusiastas militares que se aglomeraram ao longo da orla para observar o gigante dos mares.
Entre os curiosos estava Richard Yip, 40 anos, entusiasta militar vindo de Dongguan, na província de Guangdong. Ele destacou o contraste entre o atual poderio naval da China e o passado modesto: “Quando éramos jovens, o maior e mais capaz navio da Marinha chinesa tinha pouco mais de 3 mil toneladas e desempenho limitado a viagens costeiras. Ver o avanço até o nível atual em apenas 20 ou 40 anos é impressionante.”
O porta-aviões chegou acompanhado de um grupo-tarefa naval composto pelo destróier Zhanjiang e pela fragata Yuncheng. A flotilha permanecerá em Hong Kong por cinco dias, e o público poderá visitar o navio durante o fim de semana. A partida está prevista para segunda-feira, 7 de julho.
Para Yip, a visita tem também um forte significado político. “O país precisa mostrar sua qualidade militar. Agora estão mostrando para o mundo. Enquanto porta-aviões de países como Itália e Reino Unido circulam livremente na região, a China também precisa demonstrar seu poder naval. Isso é normal.”
A presença do Shandong em Hong Kong ocorre em um contexto de crescentes tensões regionais e faz parte de um esforço da China para reafirmar sua influência militar e tecnológica no cenário internacional.
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