‘Países do Sul Global são os mais afetados por mudanças climáticas’, diz diretor do BNDES em seminário do Brics

Um dos destaques da programação da 10ª reunião do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD, na sigla em inglês) do Brics, realizada nesta sexta-feira (4) e sábado (5), no Rio de Janeiro (RJ), foi o seminário dos governadores com o tema “Desafios para o financiamento do desenvolvimento sustentável para o Sul Global”.

Dentre os expositores, o diretor de Planejamento e Relações Institucionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Nelson Barbosa Filho, reforçou que o desafio climático chegou e não é mais possível esperar.

A fala fez parte de uma sequência de apontamentos sobre o que ele considera os três principais desafios do Sul Global na atualidade: as transições climática e energética, demográfica e tecnológica.

De acordo com Barbosa, os países do Sul Global são os mais afetados pelas mudanças climáticas. O Brasil, em específico, é muito afetado pelo aquecimento global. “Nosso setor agropecuário é importante na nossa economia e depende bastante do regime de chuva. E nossa matriz energética depende muito da fonte hidrelétrica. Por isso, flutuações nos regimes de chuva afetam bastante o PIB brasileiro e têm impactos macroeconômicos, além do seu custo humano.”

Barbosa reconhece a importância do Plano de Transição Ecológica, uma iniciativa do governo Lula (PT), para promover investimentos e enfrentar as consequências da transição climática, investindo em mitigação, adaptação e cobrindo perdas e danos quando eventos extremos acontecem.

“Enquanto os recursos internacionais não vêm, o governo brasileiro vai na frente, está fazendo com o recurso que a gente pode, dentro das nossas limitações fiscais, o que nós podemos fazer para mitigar e nos adaptar”, avalia o diretor.

Em relação à transição demográfica, Barbosa afirma que a transição demográfica também tem caráter de cada vez mais urgência, uma vez que a expectativa de vida, em geral, tem aumentado, e que o tema perpassa pressões de migração internacional e pressões fiscais sobre a rede de proteção social de vários países.

O diretor do BNDES elogia o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Bolsa Família, mas ressalta que a equação precisa melhorar. “É preciso investir mais na economia dos cuidados e na infraestrutura social, com ênfase em educação, saúde e segurança pública, para melhorar as condições de vida da população e também melhorar a produtividade”, avalia.

Para concluir, Barbosa fala da transição tecnológica que está acontecendo rapidamente em vários países, puxada pela inteligência artificial. Ele defende que o governo precisa tentar administrar essa transição. “[Não se deve] Nunca impedir o progresso tecnológico, mas administrar para que ela funcione para todos, não para poucos”, pontua.

A tônica da fala tratou dos investimentos que já estão sendo feitos, mas ainda também sobre os que ainda precisam acontecer, nacional e internacionalmente. Barbosa engrossou o coro de outras declarações da Reunião do NDB ao afirmar que é necessário cooperação para superar os três grandes desafios, pois o mercado não vai conseguir resolver sozinho.

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