Servidores saem às ruas em Pelotas (RS) por reajuste salarial e em defesa do IPE Saúde

Centenas de servidores gaúchos, incluindo educadores, ocuparam as ruas de Pelotas (RS), cidade natal do governador Eduardo Leite (PSD), em um ato regionalizado realizado na última sexta-feira (4), que exigiu a reposição salarial de 12,14% e a defesa do caráter público do IPE Saúde. Esta foi a terceira mobilização promovida pela Frente dos Servidores Públicos do RS (FSP/RS), da qual o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers /Sindicato) faz parte.

A presidenta do Cpers, Rosane Zan, destacou a situação de “miserabilidade” em que vivem muitos educadores e a importância vital do plano de assistência médica dos servidores, o IPE Saúde, para a qualidade de vida de professores, funcionários de escola e especialistas, tanto da ativa quanto aposentados. Durante o ato, a dirigente celebrou a união e a disposição de luta dos trabalhadores, que se mantêm firmes na oferta de serviços essenciais à sociedade.

“Nós da Frente dos Servidores Públicos estamos fazendo esse movimento nos mais diferentes cantos do estado do Rio Grande do Sul com as pautas que nos unificam. Reposição de 12,14% já! O IPE Saúde é nosso!”, reiterou Zan. Além de Pelotas, o movimento já passou por Santo Ângelo e Passo Fundo, e a próxima atividade está agendada para sexta-feira (11), em Santa Maria.

Lideranças sindicais de diversas regiões do estado, como Montenegro, Rio Grande, Osório, São Leopoldo, Bagé, Canoas, Gravataí, Pelotas, Taquara, Guaíba, Porto Alegre e Camaquã, somaram esforços na reivindicação por valorização e dignidade. Presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa enfatizou a escolha de Pelotas para o ato, visando que o “barulho” da mobilização chegue ao governador. Já o secretário-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do RS (Sindijus/RS), Fabiano Salazar, denunciou o que considera um “desmonte dos serviços públicos” e a negligência do governo diante de tragédias como as recentes enchentes.

O ato também foi marcado por homenagens a Cássio Ritter, diretor-geral do 14º Núcleo do Cpers (São Leopoldo), e Neida Maria Krause, militante pelotense do Sindicaixa, ambos falecidos recentemente.

Concurso público e retomada de promoções

Em contrapartida às demandas dos servidores, o governo estadual anunciou, na última terça-feira (1º), a abertura de um novo concurso público com 6 mil vagas para professores da rede pública estadual, o chamamento de mais 327 professores aprovados no concurso de 2023 e a retomada das promoções na carreira docente.

As inscrições para o novo concurso, que abrange todas as disciplinas da educação básica e também vagas para Educação Profissional e Técnica, Educação Indígena e Educação Especial, foram abertas em 2 de julho e seguem até 4 de agosto, através do site do Instituto AOCP. As provas estão previstas para 28 de setembro. Rosane Zan reconheceu a importância do concurso para reduzir a precariedade dos contratos emergenciais, que hoje representam cerca de 60% dos professores e funcionários de escola.

A aplicação das provas ocorrerá nos municípios onde estão localizadas as sedes de cada uma das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs): Bagé, Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Canoas, Carazinho, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Estrela, Gravataí, Guaíba, Ijuí, Osório, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, Santo Ângelo, São Borja, São Leopoldo, São Luiz Gonzaga, Soledade, Três Passos, Uruguaiana e Vacaria

Além disso, o governo ampliará o número de nomeações do concurso de 2023, totalizando 1.871 novos docentes. A retomada das promoções para professores estaduais, regulamentada por decreto previsto para meados de julho, também foi saudada pelo sindicato como uma forma de “ascender na carreira”, com previsão de alcançar cerca de 80% dos professores das escolas estaduais e se tornar um processo sistemático e anual.

Encontro entre governo e Sindicato – Foto: Caco Argemi/Cpers Sindicato

A luta continua

Apesar dos anúncios positivos, o Cpers Sindicato reafirma que a luta por outras demandas cruciais continua. Zan enfatizou a persistência na reivindicação por concurso público para funcionários de escola e, principalmente, o reajuste de 12,14% para toda a categoria, incluindo funcionários de escola e aposentados, que enfrentam 11 anos sem aumento real nos salários.

“Vamos seguir na luta pelos 12,14%, não podemos parar. O mais crucial é dinheiro no bolso. Vamos continuar nessa toada por reajuste salarial”, concluiu a presidenta do Cpers, sinalizando que a mobilização dos servidores públicos do Rio Grande do Sul está longe de terminar.

*Com informações do Cpers/Sindicato e Sul21.

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