Cerca de 100 pessoas participaram, na tarde desta segunda-feira (7), de um protesto na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro (RJ), para denunciar o genocídio em curso contra o povo palestino e cobrar medidas concretas dos países do Brics. A manifestação foi convocada pelo Comitê de Solidariedade com a Luta do Povo Palestino, no último dia da 17ª Cúpula do bloco.
A principal demanda foi o rompimento imediato das relações diplomáticas, econômicas e militares com o Estado de Israel. O protesto ocorreu no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a denunciar os ataques a Gaza. Ainda assim, manifestantes afirmaram que as declarações não são suficientes diante da gravidade da situação.
“Organizamos essa atividade para mostrar aos Brics que nós, o povo carioca, exigimos que o bloco rompa relações com Israel”, afirmou ao Brasil de Fato Maristela Santos Pinheiro, uma das coordenadoras do comitê organizador do ato. “Não podemos admitir que o Brics e o governo brasileiro, que dizem estar construindo um mundo novo, multipolar, permitam que esse genocídio continue.”

Declaração do Brics condena Israel
A pressão acontece em meio à repercussão da “Declaração do Rio de Janeiro”, documento político aprovado pelos países do Brics no último domingo (6). O texto condena os ataques em Gaza, defende a criação de um Estado palestino e denuncia o uso da fome como arma de guerra por parte de Israel.
Entre os pontos destacados estão o pedido de cessar-fogo imediato, a retirada das forças israelenses dos territórios ocupados e a entrada irrestrita de ajuda humanitária. O bloco também manifesta apoio à ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de genocídio.
“É muito grave que, ao mesmo tempo em que se denuncia o genocídio, a Petrobras entregue petróleo a Israel”, criticou Maristela. “Isso é inadmissível. O governo brasileiro não pode manter relações com um Estado que está exterminando um povo há 75 anos.”
Lula reforça denúncia, mas não fala em sanções
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (7), Lula voltou a se pronunciar sobre a situação em Gaza. “O que está acontecendo já passou da capacidade de compreensão de qualquer mortal do planeta Terra. Dizer que aquilo é uma guerra? Quando só se matam inocentes, mulheres e crianças?”, afirmou o presidente.
Lula também criticou o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que, segundo ele, está “envolvido no conflito” e por isso não atua para pôr fim ao massacre. Apesar do tom, o governo brasileiro não anunciou, até o momento, qualquer medida concreta em relação a Israel.
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