Cuidados com cães e gatos no frio: pequenos gestos que salvam vidas

Foto: Freepik

*Artigo escrito por Viviane Raposo Fortunato, médica veterinária e professora da Faesa

Com a chegada das temperaturas mais baixas, é comum que a nossa atenção se volte ao conforto: cobertores mais grossos, bebidas quentinhas, janelas fechadas para evitar aquele vento gelado. Mas será que estamos nos lembrando de cuidar também de quem compartilha a casa com a gente, como nossos cães e gatos?

O frio pode parecer inofensivo, principalmente para quem vive em regiões onde o inverno não é tão rigoroso. No entanto, essa época do ano traz riscos reais à saúde dos animais. E o alerta vale também para aqueles que vivem nas ruas, nos quintais ou têm acesso livre à área externa da casa.

Um dos primeiros cuidados que precisamos ter é com os gatos que se escondem em locais quentes.

Pode parecer inusitado, mas é mais comum do que se imagina: muitos felinos procuram abrigo embaixo do capô dos carros, especialmente após o veículo ter sido usado, já que o motor permanece quente por um bom tempo.

Antes de ligar o carro, vale bater no capô ou abrir e dar uma olhada. Esse simples gesto pode salvar uma vida.

Além disso, é importante proteger cães e gatos dos ventos frios e da umidade, evitando deixá-los expostos em locais abertos ou com corrente de ar.

Mesmo dentro de casa, a escolha de um ambiente confortável, com uma manta ou até uma cama mais acolchoada, faz toda a diferença.

Para animais que aceitam bem, roupas específicas para pets podem ajudar, mas é essencial respeitar o comportamento de cada um.

Alguns se sentem incomodados ou estressados com o uso, e nesses casos, é melhor investir em outras formas de aquecimento.

O frio também pode agravar doenças respiratórias e articulares, especialmente em filhotes, animais idosos ou já debilitados.

Por isso, manter a vacinação em dia é fundamental para prevenir infecções comuns dessa época, como a gripe canina e a rinotraqueíte felina, que se espalham mais facilmente no outono e inverno.

Se notar espirros frequentes, secreção nasal ou olhos lacrimejando, procure um médico veterinário.

E, por fim, vale lembrar que cada animal é único. Nem todos sentem frio da mesma forma. Raças pequenas, de pelagem curta ou com pouco isolamento térmico sentem muito mais.

Já raças adaptadas ao frio, como o husky siberiano, costumam lidar melhor com as temperaturas baixas, mas isso não significa que devem ficar expostas ao frio sem proteção.

Cuidar do bem-estar dos nossos animais no frio vai muito além de cobertores ou roupas. É sobre atenção, respeito e empatia.

São gestos simples, mas que mostram o quanto estamos comprometidos com a saúde e o conforto daqueles que tanto nos oferecem amor o ano todo.

Viviane Raposo Fortunato é médica veterinária e professora da Faesa. Foto: Faesa/Divulgação
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