Apesar de restrições e taxas do governo estadunidense de Donald Trump que chegaram a alcançar 145% sobre todas as mercadorias chinesas importadas aos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto da China cresceu 5,3% no primeiro semestre deste ano, superando os 66 trilhões de yuans (R$ 51,4 tri).
“A demanda interna, especialmente o consumo, foi a principal força motriz do crescimento econômico no primeiro semestre do ano”, disse Sheng Laiyun, diretor-adjunto do Departamento Nacional de Estatísticas, encarregado de apresentar os dados econômicos do primeiro semestre chinês em coletiva de imprensa nesta terça-feira (15).
Outro fator mencionado por Sheng é a expansão do “círculo de amigos”: “promovemos a diversificação do comércio e reduzimos o risco de dependência do mercado único”, disse o funcionário.
O setor que mais cresceu foi o terciário (de serviços), com um aumento de 5,5% (+39 bilhões de yuans, R$ 30,4 tri), o secundário, que envolve indústria em geral, cresceu 5,3% (quase 24 trilhões de yuans, R$ 18,6 tri) e o setor primário (agricultura, silvicultura, pecuária e pesca), teve um aumento anual de 3,7%, 3,1 trilhões de yuans (R$2,4 tri).
O PIB chinês cresceu 5,4% no primeiro trimestre e 5,2% no segundo.
Sobre a possibilidade de impactos das tarifas no segundo semestre, Sheng afirmou que a taxação aumenta os custos “não é propícia ao crescimento econômico e comercial”.
Ele destacou que a resposta do governo às tarifas deste ano foi intensificar políticas macroeconômicas mais proativas para “expandir a demanda interna e promover o consumo”.
Em 16 de março, quando as taxas do governo Trump a todos os produtos chineses somavam já 20%, o Partido e o governo chinês lançaram de forma conjunto o “Plano de Ação Especial para Impulsionar o Consumo”.
Entre outras medidas, o plano previu Ações para aumentar a renda dos moradores urbanos e rurais, ações para reduzir custos para a população (como subsídios para cuidados infantis e assistência para grupos de renda baixa); e aumentar a oferta de serviços para crianças e idosos, promover a expansão do consumo cultural, esportivo e turístico.
Serviços
Justamente o setor de serviços foi o que mais cresceu neste primeiro semestre de 2025. Quatro setores tiveram crescimento em seu valor agregado destacado: transmissão de informações, software e serviços de tecnologia da informação (11,1%); leasing e serviços comerciais (9,6%) – o setor refere-se a aluguel de equipamentos, consultorias a empresas, etc; transporte, armazenagem e serviços postais (6,4%) e atacado e varejo (5,9%).
De janeiro a maio, a receita operacional das empresas de serviços acima do tamanho designado aumentou 8,1% em comparação com o ano anterior.
Indústria
O valor agregado das três principais categorias na indústria chinesa teve aumento: 6% na mineração, 7% no setor industrial e 1,9% de aumento na produção e fornecimento de eletricidade, aquecimento, gás e água.
Porém, de janeiro a maio, o lucro total de empresas industriais grandes – que atingiu 2,7204 trilhões de yuans, R$ 2,1 tri –, teve uma queda de 1,1% em relação ao ano anterior. Na China, as empresas grandes são definidas pelo critério de “acima do tamanho designado”, que atualmente significa que uma empresa possui uma receita anual de 20 milhões de yuans (R$ 15,5 milhões) ou mais.
Investimentos
O investimento em ativos fixos (infraestrutura, máquinas, equipamentos, tecnologia, etc), sem incluir o setor agropecuário, tiveram um aumento interanual de 2,8%, chegando a 24.865,4 bilhões de yuans (R$19,3 tri). Excluindo o setor imobiliário, o crescimento foi de 6,6%.
Esse é um indicador importante para determinar a capacidade produtiva da economia, assim como a confiança de longo prazo dos agentes econômicos.
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