A partir desta quinta-feira (17), a Via Campesina Brasil reúne pessoas LGBTI+ do campo, das águas e da floresta para realização do 4º Seminário Nacional LGBT+ da organização. O encontro discute os desafios e perspectivas dessa população frente aos cenários político e econômico da atualidade.
Na agenda do encontro, que vai até domingo (20), estão previstos espaços de diálogo sobre diversidade sexual e de gênero vinculada ao conceito de corpo-território, os entraves e possibilidades na efetivação de políticas públicas, além de temas como ancestralidade e bem viver.
Dê Silva, integrante do Coletivo LGBTI+ da Via Campesina Brasil, ressalta a importância da compreensão do termo corpo-território para o debate. Essa perspectiva unifica as lutas individuais e coletivas por terra, água e soberania.
“Nos faz pensar nesse nosso corpo território das violações que nós sofremos, que são basicamente as mesmas violações que os nossos territórios enfrentam. Seja da expropriação, da falta de demarcação dos territórios ,da falta de homologação dos territórios quilombolas e da precariedade na reforma agrária na defesa dos nossos territórios.”
A saúde mental e o autocuidado também estarão em pauta. O seminário terá horários especificamente dedicados a essas temáticas na quinta-feira (17) e na sexta-feira (18). A lista de debates inclui ainda temas como o feminismo popular e camponês, o papel da agroecologia na soberania alimentar e a luta contra a LGBTfobia.
O objetivo central é criar um ambiente de estudo e reflexão coletiva, com foco na elaboração de ações e estratégias que orientem as lutas na atual conjuntura. Dê Silva enfatiza que a defesa da classe trabalhadora e da construção de um projeto popular para o país precisa ser pautada pela diversidade.
“As nossas tarefas centrais são seguir no processo massivo de organização das nossas bases e de defesa dos nossos territórios, sobretudo da bandeira da diversidade, do povo que é diverso, dos movimentos que são diversos e que defendem a diversidade do povo que constrói as fileiras de luta dos nossos movimentos.”
A realização do Seminário é apoiada pelas organizações Grass Hut e Pachamama, pela ENFF e pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.
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