
Funcionários do Hospital Estadual realizam mobilização em busca de melhorias no trabalho
Funcionários do Hospital Estadual de Presidente Prudente (SP) começaram uma mobilização nesta quarta-feira (16) em busca de melhorias nas condições de trabalho e nos benefícios oferecidos.
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As principais reivindicações são:
A não privatização da saúde;
Aumento do prêmio de incentivo;
Aumento salarial;
Aumento do valor do auxílio-alimentação, que é de R$ 12 por dia; e
Fim dos problema no pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Um dos pedidos propostos, o aumento no prêmio de incentivo, os trabalhadores alegam que o governo paga menos do que o mercado de trabalho no geral.
“Estamos reivindicando o aumento salarial que a muito tempo está congelado nosso salário. Também o prêmio de incentivo que recebemos todo dia 25, que é um bônus salarial por assiduidade, o comprometimento do trabalhador, que é um complemento salarial. E também o nosso vale alimentação, que está defasado a muitos anos, desde quando eu entrei aqui, eu estou aqui há 10 anos. Muitos trabalhadores não estão aderindo por medo, claro, muitos tem medo de ficar com falta, sofrer algum tipo de represália, mas a gente está aqui representando todos que não puderam vir por algum motivo ou por medo”, explicou a oficial de saúde Catarina de Oliveira Ishizawa.
Mobilização no Hospital Estadual, em Presidente Prudente (SP)
Bruna Bonfim/TV Fronteira
Além disso, conforme os manifestantes, eles têm a licença-saúde negada pelo INSS, não conseguem se aposentar e nem sacar o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep).
De acordo com a oficial de saúde Dayane Flores Kiefer Dias, era para ser uma greve de 48h mas, como após uma reunião marcada com a Secretaria Estadual de Saúde, os atendimentos na unidade funcionam normalmente, com cerca de 25 dos 220 funcionários participando da mobilização.
“Hoje era para nós estarmos em greve mas, a Secretaria de Saúde chamou ontem o sindicato para fazer uma proposta, porém, eles não apresentaram valor, data e, amanhã, às 10h, eles vão apresentar para nós uma proposta e por isso nós suspendemos a greve. A nossa paralisação iria ser de 48h, então, hoje todos os serviços estão funcionando normalmente e nós vamos aguardar o que a secretaria vai propor para nós”, concluiu Dayane Flores à TV Fronteira.
Mobilização no Hospital Estadual, em Presidente Prudente (SP)
Bruna Bonfim/TV Fronteira
‘Vale-coxinha’, diz trabalhador
Conforme o auxiliar de enfermagem, Daniel Alves Adão, o vale-alimentação é chamado pelos funcionários de “vale-coxinha”, pelo valor que é pago.
“A falta de funcionários, os nossos salários são super defasados, nosso o vale alimentação, que a gente fala que é o vale coxinha, R$ 8 por dia, defasado há mais de 10 anos, salário não tem aumento há mais de 10 anos, estão está difícil, tem que ter dois ou três empregos para poder se manter. Então é difícil “, contou o auxiliar à TV Fronteira.
A campanha salarial, um dos principais motivos da mobilização, acontece desde o começo de 2025 porque, segundo os trabalhadores, as perdas chegam à 50%.
“Estamos aqui com o pedido da campanha salarial que fizemos no começo do ano e, até agora, não tivemos resposta nenhuma. Esta é uma pauta, a campanha salarial, e onde também tem o vale alimentação, que hoje está em torno de R$ 12 desde 2018, então já aí em torno de 8 anos que não recebe nenhum tipo de reajuste. E também não as privatizações, veio de uma forma muito severa, e aqui como nós somos um hospital, sou trabalhador daqui também, um hospital materno e infantil de referência, e a gente vem falando da precarização da saúde no sentido de quando se privatiza esses estabelecimentos de saúde do Estado, a responsabilidade é do Estado” explicou o Coordenador da central única dos trabalhadores, Paulo Índio.
Hospital Estadual, em Presidente Prudente (SP)
Bruna Bonfim/TV Fronteira
Entre os pedidos, está o pagamento do plano de saúde do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) que não tem hospitais atendendo na cidade mas, segundo os trabalhadores, eles continuam o pagando o serviço e tem o valor descontado no holerite.
“O afastamento de saúde, fazer as perícias médicas, atrasa tudo, os trabalhadores muitas vezes não conseguem fazer seu tratamento de saúde adequadamente. E a outra defasagem do próprio Iamspe, que há muito tempo a gente também não têm atendimento aqui em Presidente Prudente, a gente vem nessa luta, a gente quer ter o atendimento e infelizmente não temos”, afirmou Índio à TV Fronteira.
De acordo com o coordenador, a Secretaria de Saúde do Estado entrou em contato com o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) para realizar uma reunião nesta sexta-feira (18), com objetivo de negociar valores para que não haja uma greve no hospital.
“Há uma proposta da Secretaria de Saúde agora em fazer uma negociação. Hoje de manhã o secretário entrou em contato com o SindSaúde, lá em São Paulo (SP), para que se faça uma negociação para que não haja greve. Então, amanhã vamos para São Paulo de Presidente Prudente, lá se reunir com outros, que vai ter uma assembleia geral na sexta-feira, onde vai apresentar essas propostas que o governo está oferecendo”, finalizou Índio.
Hospital Estadual, em Presidente Prudente (SP)
Bruna Bonfim/TV Fronteira
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