‘Façamos jus às vítimas da UFPA, que acreditavam no movimento estudantil e na mudança social’, diz UNE

A secretária-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE), Júlia Köpf, afirmou que o 60º Congresso da entidade (Conune), que ocorre em Goiânia (GO) entre esta quarta-feira (16) e domingo (20), será marcado pela memória dos estudantes da Universidade Federal do Pará (UFPA) que morreram em um acidente a caminho do evento. Ela caracteriza a ocorrência como uma “tragédia sem precedentes na história da UNE”.

“Com certeza isso vai ficar marcado na história da UNE com muita tristeza. Precisamos fazer desse congresso um congresso em memória desses estudantes que estavam vindo porque acreditam no movimento estudantil e na mudança da sociedade. É importante que façamos jus à memória desses estudantes que infelizmente faleceram”, declarou, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.

O acidente, que ocorreu na divisa entre Tocantins e Goiás, deixou cinco estudantes mortos e outros feridos entre os cerca de 70 integrantes da delegação da UFPA. Segundo Köpf, a UNE tem articulado com universidades, governos estaduais e o governo federal para garantir atendimento aos feridos e acolhimento às famílias. “Agora, precisamos de acolhimento, de muita unidade”, afirma.

A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) enviou uma equipe a Goiânia para prestar apoio psicossocial. A UNE também solicitou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) reforço na fiscalização nas estradas que levam ao evento. Segundo Köpf, o pedido foi feito logo após a tragédia e está sendo acolhido de forma positiva.

“Só a luta muda a vida”

Com a expectativa da presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na abertura, o Congresso da UNE vai debater os rumos da entidade e da mobilização estudantil até as eleições de 2026. “Esse vai ser o momento para se organizar, debater o que fazer até as eleições do ano que vem. Como vamos construir para aumentar uma vitória política nas urnas que seja também dos estudantes”, diz Köpf.

Ela destaca que a UNE vem dialogando com a juventude sobre temas como a defesa da educação pública e a agenda trabalhista. Um dos pontos centrais será a campanha contra a jornada de seis dias de trabalho por um de descanso, a chamada escala 6×1. “É uma coisa muito desumana para quem vive sob esse trabalho”, afirma. A UNE tem participado ativamente da construção do plebiscito popular, com foco ainda na taxação de grandes fortunas.

Köpf também critica o esvaziamento do orçamento da educação. “Sabemos que ainda tem resquícios de orçamento secreto que precisam acabar. A verdade é que não conseguimos recuperar a defasagem dos governos [dos ex-presidentes Michel] Temer (MDB) e [Jair] Bolsonaro (PL). Foram seis anos de tentativa de destruição da educação pública”, observa.

Apesar dos avanços recentes, como o programa Pé-de-Meia, ela acredita que ainda falta investimento suficiente para garantir dignidade aos estudantes. “Só a luta muda a vida. […] Os estudantes têm que estar na luta, na rua e no institucional para que a gente consiga trazer cada vez mais gente e transformar na medida que a gente quer”, clama.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

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