Filhote de anta em risco de extinção é encontrado e acolhido por moradores no AM


Filhote de anta é resgatado em mata após fazer sons que chamaram atenção de moradores no interior do AM.
Divulgação/Ipaam
Um filhote de anta foi resgatado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) na última terça-feira (15), em uma área de mata no município de Careiro , no interior do estado. O animal foi encontrado por moradores, que improvisaram um abrigo e ofereceram folhas e frutas, contribuindo para a recuperação inicial do filhote até a chegada da equipe de resgate.
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De acordo com relatos feitos para a equipe de fiscalização do Ipaam, o filhote, com cerca de três meses de idade, foi localizado sozinho na mata, emitindo sons que chamaram a atenção da comunidade local.
Durante avaliação, foram observadas características comuns em casos de desmame precoce, como a presença de dentes geralmente identificados em estágios mais avançados de desenvolvimento.
O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, destacou que a anta está ameaçada de extinção e reforçou a importância das ações de resgate para a conservação da biodiversidade.
“A preservação da anta depende diretamente da proteção de seus habitats, do combate à caça ilegal e da conscientização da sociedade sobre sua relevância para o meio ambiente. Monitoramento populacional, programas de reabilitação e reintrodução em áreas de floresta primária são fundamentais para garantir a continuidade da espécie”, afirmou.
O resgate foi conduzido pelo biólogo Gilson Tavernard, da Gerência de Fauna (GFAU) do Ipaam, com apoio da veterinária 1ª Tenente Siqueira, do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS). A equipe realizou a avaliação clínica e organizou o transporte do animal.
“No local, verificamos que o filhote estava bem alimentado e sem sinais de debilidade. Por ter perdido a mãe cedo, precisou adaptar-se rapidamente à alimentação sólida, o que favoreceu o desenvolvimento mais acelerado da dentição”, explicou Tavernard.
Importância da espécie
A anta é o maior mamífero terrestre da América do Sul e desempenha um papel essencial na manutenção do equilíbrio ecológico, sendo conhecida como “jardineira da floresta” por contribuir com a dispersão de sementes e regeneração da vegetação nativa.
A espécie pode medir até dois metros de comprimento e pesar cerca de 300 kg. De hábitos noturnos, costuma permanecer próxima a rios, lagos e áreas alagadas durante o dia. Sua alimentação é exclusivamente herbívora, composta por folhas, frutos, gramas e brotos. A gestação dura aproximadamente 13 meses e geralmente resulta no nascimento de apenas um filhote.
Entre as principais ameaças enfrentadas pela anta estão o desmatamento, a fragmentação do habitat, a caça ilegal, o risco de atropelamentos e doenças transmitidas por animais domésticos. Por esses fatores, é classificada como vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).
A presença da espécie em determinada região também serve como indicador de qualidade ambiental, já que depende de áreas com vegetação nativa preservada. Onde há anta, há floresta viva.
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