
Imagine passar mais de dez anos sabendo que sua execução pode ser marcada a qualquer momento. Essa é a realidade de Lindsay Sandiford, uma avó britânica de 69 anos, presa em Bali desde 2012. Sua história, cheia de reviravoltas e humanidade, chocou o mundo e agora pode ter um novo capítulo.
Tudo começou no Aeroporto Internacional Ngurah Rai, em Bali. Sandiford foi flagrada tentando entrar no país com algo inimaginável: cerca de 5 quilos de cocaína, escondidos em sua bagagem. A droga, vinda de Bangkok, na Tailândia, tinha um valor estimado em milhões de dólares. A justiça indonésia não foi branda: ela recebeu a pena máxima, a morte por fuzilamento, e foi enviada para a infame prisão de Kerobokan.
A vida atrás das grades em Kerobokan é uma prova diária. Projetada para abrigar 350 pessoas, a prisão chegou a ter quase 1.400 detentos em 2017. Sandiford viveu em condições extremas. Ela dividia uma cela minúscula, com aproximadamente 3 metros por 2,4 metros, com outras 13 mulheres – um espaço originalmente planejado para apenas três. A superlotação crônica é apenas um dos desafios desse local conhecido por suas condições difíceis.

Lindsay Sandiford foi pega contrabandeando 2,1 milhões de dólares em cocaína para Bali
Uma ex-colega de cela, Heather Mack, que cumpriu pena por assassinato, relatou como Sandiford lida com a situação. Mack descreveu a avó como frequentemente isolada. “Sou amiga da Lindsay, mas ultimamente tem sido difícil conversar com ela”, disse Mack.
“Ela passa quase o dia todo sozinha na cela e não se mistura muito com as outras presas. Ela às vezes briga comigo sem motivo, mas eu ainda faço questão de manter contato.”
O peso da sentença de morte moldou a perspectiva de Sandiford. Ela expressou um desejo final surpreendentemente direto: não quer que sua família esteja presente quando o momento chegar. “Quando acontecer, não quero que minha família venha. Não quero nenhum alarde. A única coisa certa na vida é que ninguém sai vivo dela”, declarou. Sua atitude é de uma resignação crua: “Minha postura é: ‘Se querem me fuzilar, fuzilem. Vamos logo com isso’.”

Ela compartilhou seu último desejo enquanto aguarda a execução
Mack contou que um evento específico abalou Sandiford profundamente. Testemunhar outros dois condenados serem levados para execução foi um choque de realidade. “Eles tinham mudado suas vidas, eram pessoas diferentes de quando foram condenadas, então todos achavam que ficariam bem.
Mas quando Lindsay viu eles sendo levados para a morte, ela percebeu que seu próprio fim estava próximo. Foi quando a realidade dura bateu”, explicou Mack. Nesse contexto, Sandiford teria dito: “Não será mais tão difícil enfrentar. Talvez eu não tenha escolhido esse fim, mas morrer em agonia de câncer também não é nada atraente. Sinto que posso lidar com isso.”
Porém, uma luz inesperada surgiu recentemente. Mudanças na legislação indonésia oferecem um caminho para escapar da pena capital. Agora, uma sentença de morte pode ser convertida em prisão perpétua se o detento demonstrar “atitude e ações louváveis”.
Sandiford, com mais de uma década na prisão e bom comportamento – incluindo ensinar outras detentas a tricotar –, se encaixa nesse perfil. Muitos acreditam que ela pode finalmente ser liberada.
Há até relatos de que Sandiford está tão convencida da saída iminente que começou a doar seus pertences na prisão. Uma fonte ligada ao presídio revelou: “Lindsay entrou em depressão porque ainda não foi solta. Ela deu todas as suas roupas e coisas porque esperava já estar livre. Mas entende-se que ela será liberada em alguns meses, junto com outros ocidentais.”
A fonte citou o novo presidente da Indonésia, que prometeu reduzir a população carcerária, com prioridade para a liberação de cidadãos locais, seguida pela revisão de casos de estrangeiros – como os australianos do “Bali Nine”, que já retornaram ao seu país.
Um momento de alívio emocionante já ocorreu: mais cedo neste ano, Sandiford teve a rara oportunidade de reencontrar sua família e, o mais precioso, abraçar seus netos. Depois de anos de incerteza e isolamento, esse reencontro talvez seja um prenúncio da liberdade que ela, e muitos, agora aguardam ansiosamente. A esperança, depois de tanto tempo, finalmente parece ter um fundamento real.
Esse Mulher aguardando execução por pelotão de fuzilamento em Bali fez um pedido final arrepiante foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.