
Sabe aquela cena tão comum nas ruas de Vitória? Mesinhas espalhadas na calçada, gente rindo, conversando, cerveja gelada na mão, um petisco quentinho chegando à mesa enquanto a vida passa diante dos olhos. Pois é… Eu me peguei pensando nisso esses dias e resolvi compartilhar essa reflexão aqui com vocês.
Por que será que nós, capixabas, temos essa predileção tão forte por bares e restaurantes que oferecem mesinhas na calçada? Será que existe algo especial por trás desse hábito?
Particularmente, eu adoro. Estar sentado, sem pressa, olhando o movimento da rua, sentindo aquele clima leve e informal, me faz bem. É quase como se a cidade conversasse com a gente enquanto a gente belisca um petisco ou saboreia um caranguejo. O cardápio, nesses lugares, geralmente acompanha essa vibe despojada: croquetes, bolinhos, moquecas servidas em pequenas porções, tira-gostos que harmonizam com uma boa cerveja gelada ou com aquela caipirinha bem caprichada.
Talvez esse hábito esteja ligado ao nosso jeito de viver perto do mar. O litoral nos dá um senso de liberdade, de informalidade, e isso se reflete na nossa forma de ocupar os espaços. Não é à toa que mesmo os restaurantes mais sofisticados se adaptaram ao conceito, criando decks e varandas para manter essa conexão com a rua e com o cotidiano. A ideia de comer vendo a vida acontecer é algo que realmente encanta.
Se pensarmos bem, o Triângulo das Bermudas, em Vitória, é um exemplo perfeito dessa tradição. Há décadas, o local é um dos maiores redutos da boemia capixaba, justamente porque oferece esse clima de calçada, esse encontro da gastronomia com a vida urbana. Ali, o barulho das conversas mistura-se ao som dos carros e ao vento vindo do mar, criando uma atmosfera única, que a gente reconhece e valoriza.
E não é só nostalgia ou moda passageira. Existe uma identidade construída nisso. A rua deixa de ser só passagem e vira extensão da nossa casa, do nosso lazer, da nossa maneira de receber amigos. Comer na calçada é mais do que um hábito: é uma experiência. É ver o cotidiano acontecendo diante dos olhos, é participar da cidade, é sentir-se parte dela.
Da calçada, a vida é mais legal. E, sinceramente, espero que continuemos assim, mantendo viva essa paixão por um bom prato ao ar livre, pelo simples prazer de ver as pessoas passando, enquanto a gente brinda a tudo o que faz de Vitória um lugar tão nosso.
Por: Alessandro Eller