Como parte das ações do Julho das Pretas, mês que celebra a força, resistência e protagonismo das mulheres negras, o Comitê de Cultura da Paraíba, através da Centro de Ação Cultural (Centrac), realiza duas atividades em Campina Grande em alusão ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho.
Nesta sexta-feira (25), às 19h, o Museu de Arte e Ciência (MAC) de Campina Grande recebe o evento ‘Sementes Enegrecidas – Literaturas que inspiram e transformam’, promovido pela Enegrecida (Associação de Mulheres Negras), em parceria com o Comitê de Cultura. A atividade celebra a potência da escrita feminina negra, com o lançamento de dois livros de autoras campinenses: ‘Afetamentos’, de Manoelly Rodrigues, e ‘Mulheres Negras e Representatividade: Raça e Gênero na literatura de cordel’, de Bruna Santiago. A programação inclui roda de conversa com as autoras, sessão de autógrafos, apresentações culturais com DJ Flô e declamação de poesias.
Já no sábado (26), a partir das 15h, no MAPP (Museu de Arte Popular da Paraíba), a celebração segue com o evento Raízes e Gira com o propósito de valorizar as religiões de matriz africana e criar espaços de fé, cultura e resistência. O momento terá roda de conversa sobre ancestralidade, apresentações culturais, contação de histórias para crianças, Feira de Economia Solidária Raízes de Axé, uma gira pública e o ajeum comunitário para encerrar o necontro.
Organizado por Gustavo ATS e Alexsandra Andrade, o Raízes e Gira tem parceria do Comitê de Cultura da Paraíba, Acajaman-PB, CEBI-Borborema, Ilê Axé Oyatogum e Ilê Axé Yemoja Ogunté. O evento destaca o papel do CEBI – Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, que fortalece o diálogo inter-religioso e o combate ao racismo religioso.
“É difícil obter apoio para eventos ligados às religiões de matriz afro-ameríndias. Mesmo assim, com força, coletividade e união, conseguimos montar uma programação diversa e ancestral. Esperamos que seja o primeiro de muitos, inclusive já em planejamento uma segunda edição”, destaca uma das idealizadoras do evento, Alexsandra Andrade.
“Essas atividades expressam a força, o saber e as tradições do povo negro, especialmente das mulheres negras. Como Comitê de Cultura, nosso compromisso é visibilizar essas pautas e combater todas as formas de racismo e opressão”, afirma Savanna Aires, coordenadora do Comitê de Culutura.
As duas atividades são gratuitas e fazem parte do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC), iniciativa da Secretaria dos Comitês de Cultura, vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), que busca fortalecer a participação social na formulação e execução das políticas culturais no Brasil.
Com informações de Thaynara Policarpo
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