As Forças Armadas Israelenses anunciaram neste domingo (27) uma “pausa tática” em três pontos da Faixa de Gaza para permitir a chegada de ajuda humanitária ao povo palestino. Nos últimos dias, fotos e vídeos evidenciaram a situação desesperadora de pessoas, especialmente crianças, enfrentando cenário de fome.
Segundo o comunicado, as áreas indicadas são Muwasi, Deir al-Balah e Cidade de Gaza, e as operações de guerra estão interrompidas entre as 10 da manhã e 20h, todos os dias, até uma próxima decisão. Israel também anunciou o estabelecimento de “corredores humanitários” para entrada de ajuda em Gaza. Hoje, aviões lançaram mantimentos para a população.
O Ministério da Saúde de Gaza anunciou que chegou a 133 o número de pessoas mortas por fome e desnutrição na Faixa de Gaza desde o início da guerra. De outubro de 2023 até agora, os ataques israelenses já mataram ao menos 59.587 palestinos e deixaram 143.498 feridos, segundo autoridades locais.
Enquanto esse cenário se agravava, seis mil caminhões de ajuda humanitária, abastecidos com toneladas de alimentos congelados, estavam impedidos de entrar no território.
A situação levou o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa), Philippe Lazzarini, a relatar o colapso do sistema humanitário. Segundo ele, há trabalhadores da saúde desmaiando de fome nos postos de atendimento e vivendo com uma única refeição por dia, quando disponível. “As pessoas em Gaza não estão nem mortas, nem vivas, são cadáveres ambulantes”, disse, citando o relato de um funcionário da agência no enclave.
Reações
Nesta semana, presidentes do Brasil e Colômbia reforçaram as críticas as operações de Israel em Gaza.
Na quinta-feira (24), o governo brasileiro anunciou a saída da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA). Antes disso, o país havia anunciado a entrada no processo movido pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ). A ação acusa Tel Aviv de genocídio contra a população palestina da Faixa de Gaza.
Já o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou, também na quinta-feira, que a Marinha do país impeça que exportações de carvão sejam direcionadas a Israel. Desde o ano passado o comércio do mineral foi interrompido entre as duas nações por uma decisão de Petro.
No entanto, segundo ele, alguns navios seguiam fazendo o transporte.
“Voltaram a enviar hoje um navio carregado de carvão com destino a Israel. Um desafio ao meu governo (…) A Marinha receberá ordem por escrito para deter navios com destino a Israel”, escreveu Petro na rede X.
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