Ence avança em celuloses especiais e corta custos em meio à pressão de preços

A Ence divulgou os resultados do primeiro semestre de 2025, impactados pela queda nos preços da celulose e pela incerteza em torno dos aranceles internacionais. Nesse período, a companhia manteve seu foco na transformação em um fabricante de celuloses especiais de maior valor agregado, capazes de substituir a fibra longa e torná-la uma das produtoras mais competitivas do segmento. Essa estratégia é reforçada pela aposta em energias renováveis não convencionais, com novos projetos em biometano e calor industrial renovável.

No segundo trimestre, a Ence reduziu seu custo médio por tonelada de celulose para 488 euros, 22 euros a menos que no trimestre anterior, resultado de melhorias contínuas na eficiência operacional e de iniciativas de otimização energética.

As celuloses especiais já representam 32% do total de vendas de celulose, ante 23% no mesmo período de 2024. Esse avanço será fortalecido no quarto trimestre, com a entrada em operação da nova linha de produção de celulose fluff, voltada ao mercado de produtos higiênicos absorventes. Com essa linha, a Ence se posiciona entre os fabricantes mais competitivos frente aos produtores de fibra longa.

No segundo trimestre, a companhia registrou receita de 192 milhões de euros, alta de 3% em relação ao trimestre anterior, impulsionada pelo maior volume de vendas de celulose (243 mil toneladas, +12%) e do negócio de energia (303 GWh, +9%), compensando parcialmente o cenário de preços baixos.

 

No acumulado do semestre, a Ence concluiu duas operações de venda de Certificados de Economia de Energia (CAEs), equivalentes a 252 GWh, gerando 40 milhões de euros líquidos. O resultado líquido atribuível do período foi negativo em 6,9 milhões de euros, refletindo o recuo dos preços da celulose.

A dívida financeira líquida ao fim de junho somava 362,5 milhões de euros, sendo 256 milhões referentes ao negócio de celulose e 106,5 milhões ao de renováveis.

O preço médio bruto da fibra curta na Europa ficou em 1.177 dólares por tonelada entre abril e junho, abaixo do pico de 1.218 dólares em abril, e caiu para 1.060 dólares em julho, nível inferior ao custo marginal de parte da indústria. A empresa espera uma recuperação dos preços com o avanço do processo de recomposição de estoques, após superadas as incertezas tarifárias.

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