China reage à ameaça dos EUA de impor tarifas a países que comprarem petróleo russo: ‘somos soberanos’

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, disse que a “China tomará medidas de fornecimento de energia que sejam adequadas para o país, com base em nossos interesses nacionais”.

“A China protegerá firmemente sua própria soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”, completou Guo.

O porta-voz respondeu assim à ameaça do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, de taxar a China por comprar petróleo da Rússia.

A fala de Bessent foi feita em coletiva de imprensa, após finalizada a terceira rodada de negociações entre China e Estados Unidos sobre comércio, em Estocolmo, na Suécia, nos dias 28 e 29 de julho.

O secretário de Tesouro foi questionado sobre o anúncio de Donald Trump na terça-feira (29), de que reduziria o prazo de 50 para “10 ou 12” dias para que o governo russo apresente um acordo de paz com a Ucrânia. Caso contrário começaria a impor tarifas secundárias de 100% a seus parceiros comerciais.

O anúncio foi feito em seu campo de golfe na Escócia, onde Trump recebeu o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Questionado se conversou sobre essas tarifas secundárias, Bessent respondeu: “Os chineses levam sua soberania muito a sério. Não queremos interferir em sua soberania. Então, se eles querem pagar 100% de tarifa, que paguem”.

Acordo em continuar negociando

Antes das negociações de Estocolmo, houve um certo consenso entre analistas de que o resultado seria uma prorrogação de mais 90 dias das medidas tomadas na primeira rodada de negociações em Genebra, na Suíça, nos dias 10 e 11 de maio deste ano. O acordo termina no próximo 12 de agosto.

Porém, não houve resolução nesse sentido. O vice-ministro do comércio, Li Chenggang, que participa das negociações, disse que há acordo entre as duas partes em continuar pressionando “pela extensão programada de 90 dias da suspensão das tarifas recíprocas de 24% dos EUA e das contramedidas da China”.

“Vale lembrar que, em Genebra, os Estados Unidos reduziram de 34% para 10% as tarifas impostas à China no episódio que Trump batizou de “dia da libertação”, e Pequim também cortou suas tarifas retaliatórias de 125% para 10%.”

Nessa negociação, os 20% de taxa sobre “fentanil” não entraram. Por isso, a redução que os EUA fizeram foi de 24%. Na coletiva com o secretário de Tesouro dos EUA, o representante de comércio desse país, Jamieson Greer, afirmou que Trump será informado sobre as discussões em Estocolmo e que ele tomará a decisão final sobre uma extensão ou não do acordo.

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