
Pesquisadores da USP, UFRGS e UNIFESP identificaram sobreposição genética significativa entre o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) e condições como dores crônicas e enxaqueca. O estudo utilizou técnicas de varredura genômica para mapear variantes genéticas comuns às condições. Segundo os dados, cerca de 87% das variantes associadas às dores crônicas também estão ligadas ao TDAH. No caso das enxaquecas, a sobreposição foi de aproximadamente 50%.
O grupo identificou 12 regiões no DNA que contribuem para a correlação entre TDAH e dores crônicas e uma região para a associação com enxaquecas. Os genes localizados nessas regiões estão relacionados ao desenvolvimento cerebral, sugerindo que essas condições compartilham mecanismos biológicos ligados ao neurodesenvolvimento.
Relação entre TDAH, dores crônicas e enxaqueca
A equipe também analisou dados de uma amostra brasileira de 1.660 indivíduos e verificou que o risco genético para dores crônicas se associou à maior gravidade dos sintomas de TDAH. Através de imagens cerebrais, foi observada semelhança estrutural entre cérebros com maior risco genético para dor crônica e cérebros com diagnóstico de TDAH. Técnicas de randomização mendeliana sugerem que a relação entre as duas condições pode ser causal.
O estudo teve financiamento do National Institute of Mental Health (NIMH), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do CNPq. As informações são da Rede TDAH Brasil.