
Sabe aquela história de que o petróleo que move seu carro vem de dinossauros gigantes? É uma imagem poderosa – pensar que estamos queimando Tiranossauros Rex nos motores. Mas a realidade, embora menos cinematográfica, é muito mais fascinante e está cheia de organismos minúsculos.
A ideia de “dinogasolina” é comum, mas está completamente errada. Geólogos como Reidar Müller, da Universidade de Oslo, apontam que a verdadeira origem do petróleo está em bilhões e bilhões de seres microscópicos. Os verdadeiros heróis (ou vilões, dependendo da perspectiva) dessa história são as algas e o plâncton que floresceram nos oceanos há dezenas a centenas de milhões de anos.
Quando esses organismos minúsculos morriam, começava um processo incrivelmente lento. Eles afundavam no fundo do mar, juntando-se em camadas espessas. Lentamente, sedimentos como areia e lama iam cobrindo esse material orgânico, soterrando-o cada vez mais fundo. Essa foi a chave. Presos sob um peso imenso, em águas profundas e praticamente sem oxigênio, esses restos não apodreceram como aconteceria na superfície.
Em vez disso, o calor natural da Terra e a pressão colossal das camadas de rocha acima atuaram como uma panela de pressão gigante durante milhões de anos.
Esse ambiente transformou lentamente a sopa de algas e plâncton em algo novo: o petróleo bruto, uma substância viscosa e escura. Esse óleo, menos denso que a rocha ao redor, começou então a migrar para cima através de pequenos espaços, até encontrar uma armadilha geológica – uma camada de rocha impermeável que o impediu de subir mais. É aí que as companhias petrolíferas perfuram para alcançá-lo.
E os dinossauros? Por que não se transformaram em petróleo? A resposta está justamente nas condições necessárias. Para o petróleo se formar, é essencial um ambiente sem oxigênio logo após a morte, para evitar decomposição rápida. Um dinossauro marinho morto, ou mesmo um terrestre que caísse no mar, dificilmente encontraria esse cenário ideal.
Seu corpo seria rapidamente descoberto por animais carniceiros e decompositores. Peixes, crustáceos e bactérias consumiriam a carne e os tecidos moles muito antes que os restos pudessem ser enterrados profundamente e isolados do oxigênio. Sobrariam basicamente os ossos, que podem se tornar fósseis, mas não petróleo.
Isso também ajuda a entender por que não encontramos ossos de dinossauro em todos os lugares. Transformar-se em fóssil é um evento raro, que exige condições muito específicas de soterramento rápido e mineralização. A maioria dos animais mortos, terrestres ou marinhos, simplesmente se decompõe completamente ou é consumida, sem deixar vestígios duradouros.
Os fósseis que vemos nos museus são verdadeiras exceções, sortudas sobreviventes de um processo natural geralmente implacável. A próxima vez que você abastecer, lembre-se: não são monstros pré-históricos gigantes, mas uma imensa quantidade de vida microscópica antiga que está impulsionando sua viagem.
Esse Muita gente não faz ideia de onde o petróleo realmente vem. Não é dos dinossauros foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.