O advogado e cientista político Jorge Folena chamou Flávio e Eduardo Bolsonaro, respectivamente senador e deputado pelo PL, de “moleques irresponsáveis” e “traidores da pátria”, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, a tentativa dos filhos de Bolsonaro de recuar nos pedidos feitos ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que resultaram em sanções ao Brasil e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), revela o fracasso da estratégia de confronto internacional adotada pela extrema direita brasileira.
“São moleques irresponsáveis. Eles [Flávio e Eduardo Bolsonaro] causaram toda essa situação de desgaste, assumiram isso, festejaram essas medidas totalmente descabidas por parte do Donald Trump”, diz Folena em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ao comentar a tentativa de Eduardo Bolsonaro de interceder junto ao presidente norte-americano para rever as tarifas sobre produtos brasileiros e sanções contra autoridades brasileiras.
Para ele, a conduta dos filhos de Bolsonaro “é uma molecagem, um desrespeito com o país, com o povo, a classe trabalhadora brasileira e os empresários brasileiros, com o desenvolvimento do Brasil”. “São todos traidores da pátria. Isso não é retórica, é uma constatação diante de tudo que eles fizeram”, complementa.
Folena defende a prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro, que está sendo investigado por crimes contra a soberania nacional. “Eu entendo que o ministro Alexandre de Moraes deveria também decretar uma prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro, porque ele está causando uma desordem pública no Brasil”, avalia. “Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, particularmente, têm que seguir o mesmo caminho do pai dele”, declara, em referência à prisão domiciliar decretada contra Bolsonaro nesta segunda-feira (4).
“Congresso não deve ceder à chantagem”
Sobre a retomada dos trabalhos legislativos, nesta terça-feira (5), Folena acredita que o Congresso não deve ceder à pressão do PL, que ameaça obstruir votações até que seja pautado o projeto de anistia a Bolsonaro. “Esse pedido de anistia é inconstitucional. O presidente da Câmara [Hugo Motta (Republicanos-PB)] e do Senado [Davi Alcolumbre (União Brasil -AP)] sabem que é inconstitucional”, destaca. “É uma chantagem”, reforça.
Ele também avalia que não há espaço para o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, como tenta parte da oposição. “Esse pedido de impeachment, por si só, é inconstitucional. É um claro desvio de finalidade, […] uma forma de se tirar o juiz relator do caso [da trama golpista]”, analisa.
“Partido dos fascistas”
Durante a entrevista, o advogado criticou duramente a atuação do PL, que classifica como o “partido dos fascistas” no Brasil. “O partido que tem o maior contingente fascista no Brasil, no momento, é o Partido Liberal”, diz.
Para ele, parlamentares que lideram ações de bloqueio na Câmara deveriam ser responsabilizados. “Eu considero que são ações parlamentares que, no meu modo de ver, atentam contra o comportamento parlamentar. Hugo Motta deveria encaminhar todos esses deputados para o Conselho de Ética”, defende.
Folena lembra ainda o caso do deputado Glauber Braga (Psol-SP), que foi agredido e, mesmo assim, foi alvo de processo disciplinar. “Tinha que abrir um processo disciplinar contra todos eles: Flavio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, toda essa cambada que fica botando faixa de Donald Trump dentro da Câmara dos Deputados. Isso é um crime”, fala.
“Governo Lula tem se fortalecido”
Em meio a tudo isso, o advogado avalia que o governo Lula (PT) tem se fortalecido, especialmente após adotar uma postura mais firme diante das ofensivas da direita e da guerra tarifária declarada por Trump. “O governo saiu da posição de recuo. O campo democrático, popular e progressista entrou na disputa política e, pela primeira vez, ganhou uma batalha na rede mundial de computadores”, diz.
Folena também destaca a liderança do presidente diante da crise internacional, que adotou uma campanha em prol da soberania nacional. “A nossa sorte no Brasil é, nesse momento de guerra tarifária, declarada por Donald Trump e pelos fascistas no Brasil, termos Luiz Inácio Lula da Silva na cadeira de presidente do Brasil”, analisa.
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