
O Espírito Santo está na disputa para se tornar o destino da nova fábrica que a montadora Great Wall Motors (GWM) planeja instalar no Brasil: a gigante chinesa, que produz mais de 1 milhão de carros por ano e fatura cerca de US$ 25 bilhões, inaugura nesta semana, em Iracemápolis (SP), sua primeira unidade no país — e já tem planos de instalar uma segunda. “Estamos conversando e ‘namorando’ essa oportunidade. Pode dar casamento? Pode. Mas é um processo que exige estratégia e construção. Sem dúvidas, isso se traduziria em melhores oportunidades e mais renda para o estado”, afirma o vice-governador Ricardo Ferraço.
Acompanhe o Folha Business no Instagram
A GWM inaugura nesta semana, em Iracemápolis (SP), sua primeira fábrica no Brasil — adquirida há três anos da Mercedes-Benz — e já mira um segundo projeto industrial no país. Segundo Ferraço, o Espírito Santo reúne características estratégicas que pesam na decisão: vocação logística, portuária e para o comércio exterior, além da localização privilegiada no Sudeste.
“Temos um estado organizado, com segurança jurídica, incentivos competitivos e capacidade real de investimento. Por certo, outros estados estão nessa disputa, mas o Espírito Santo está pronto para competir. O meu papel, como vice-governador, é trabalhar a atração de investimentos para o nosso estado”, reforça.
O vice-governador estará presente na inauguração paulista, acompanhado não só do presidente da GWM no Brasil, Andy Zhang, mas também do presidente global da montadora, Wei Jianjun. “Será uma nova oportunidade de aproximação. Além disso, eles já sinalizaram que vão enviar uma missão de executivos ao Espírito Santo para conversarmos em mais detalhes”, revela.
As tratativas se intensificaram nos últimos meses, com reuniões no estado e em outros polos estratégicos. Em julho, representantes da GWM vieram ao Espírito Santo e se encontraram com o governador Renato Casagrande e o vice-governador Ricardo Ferraço para discutir mobilidade elétrica, exportações e infraestrutura logística.A GWM, que já importa todos os seus veículos pelo Porto de Vitória — cerca de 50 mil unidades anuais —, apontou que o estado é ‘peça-chave’ para o crescimento da montadora no Brasil, não apenas pela eficiência portuária, mas também pelo ambiente seguro para novos investimentos.